A chegada de Rogério Ceni como novo técnico do Cruzeiro ainda gera discussões acaloradas na imprensa esportiva nacional. Uns, entendendo a escolha do ex-goleiro do São Paulo em deixar o Fortaleza para assumira Raposa, outros contestando o caminho traçado por Ceni.
Uma das vozes mais fortes contra a saída de Rogério do time cearense foi do narrador e apresentador Galvão Bueno em seu programa no canal fechado SporTV, o “Bem, Amigos”, veiculados sempre nas noites de segunda-feira.
Galvão Bueno fu duro e “cornetou” a posição de Rogério Ceni de largar o Fortaleza e fechar com o Cruzeiro.
O treinador foi apresentado nesta terça-feira, na Toca da Raposa II. Para justificar sua fala, Galvão citou as façanhas de Ceni no comando do Leão da Pici e disse que os contratos de treinadores devem ser cumpridos até o fim.
- Acho que ele deveria ter cumprido o contrato até o final com o Fortaleza. Por que a gente critica de forma tão dura quando clubes rompem com o treinador? Não acho que um técnico importante deva romper o contrato, mesmo que haja comum acordo - disse o narrador e apresentador, que foi além.
- Defendo até a morte que os clubes têm de cumprir com o treinador. Desejo toda a sorte do mundo ao Rogério. Mas contrato é feito para ser cumprido. Tenho 45 anos de profissão e cumpri todos os meus contratos. Se for discutir conceitualmente, não tem que haver demissão, tem que cumprir contrato até o final, mas não acho que o Rogério tenha de mudar isso - comentou.
Porém, houve vozes contrastantes com a de Galvão, como do ex-jogador e comentarista Caio Ribeiro e do ex-técnico Muricy Ramalho. Ambos trabalharam e foram campeões com Ceni nos seus tempos de São Paulo.
- Acho que chegou uma hora que o Rogério falou ao presidente do Fortaleza que estava perdendo os jogadores na Copa América. Não sei se é isso. Talvez nem o Rogério admita. Não acho errado o Rogério aceitar, principalmente porque o Rogério não tem o que perder- respondeu Caio.
Já a fala de Muricy Ramalho foi mais na linha de Galvão, pois citou a recusa de Rogério à proposta do Atlético, em abril, e comentou sobre o desafio que será tirar o Cruzeiro desta fase complicada no Brasileiro onde ocupa a 18ª colocação da competição nacional.
- Não quero ser exemplo, mas quando ele não veio para o Atlético fiquei feliz. Ele quer ser um técnico de ir para lá e para cá? Eu escolhi outro caminho. Tive outras oportunidades para mudar e não fui nem para a Seleção Brasileira. Todos queriam me contratar, porque sabiam que eu ia entregar e ficar lá. Essas mudanças não sei se são boas para ele- explicou o ex-treinador.
Rogério Ceni estava no Fortaleza desde 2017 e ficou à frente do clube em 94, com 51 vitórias, 18 empates e 25 derrotas, sendo campeão da Série B do Campeonato Brasileiro em 2018, do Campeonato Cearense e da Copa do Nordeste em 2019.
Rogério Ceni vai dirigir o seu terceiro clube na carreira. Além da Raposa e do time nordestino, comandou o São Paulo em 2017, pouco depois de se aposentar como jogador do clube pelo qual é ídolo. O contrato do ex-goleiro com o time será até o fim de 2020.