A crônica da permanência anunciada na Série B enfim se confirmou para o Cruzeiro, derrotado pelo Juventude no sábado e agora sem qualquer possibilidade matemática de retornar à elite do futebol brasileiro. Ainda que se pese a punição sofrida pela Fifa, que fez a Raposa começar o torneio com menos seis pontos, até isso foi um reflexo das práticas terríveis adotadas ao longos dos últimos anos pela antiga diretoria celeste, que criou uma potência dentro de campo a um custo insustentável no futuro.
O futuro chegou, a bolha estourou, e o Cruzeiro é hoje uma instituição que fechou 2020 com déficit de R$ 34 milhões e uma dívida total que já superou a casa de R$ 1 bilhão. Não foi apenas uma temporada infeliz, e sim uma sucessão de erros que gerou um retrato desesperador para a torcida que, longe dos estádio, só pôde se agarrar à paixão pelo clube, que acaba de completar seu primeiro centenário.
O amor persiste, mas a confiança certamente se deteriorou. Soluções imediatas não existem. A não ser que uma empresa privada banque uma revolução total nas finanças, como aconteceu na parceria Palmeiras-Crefisa a partir de 2015, nada indica que o Cruzeiro terá musculatura suficiente para reverter o quadro. O elenco limitado de hoje ainda precisa ter sua folha salarial reduzida para a próxima edição da segunda divisão.
A nova realidade é essa, por mais dolorosa que seja para os torcedores. Para enxergar alguma luz no fim do túnel, a enorme história do Cruzeiro precisa ficar em segundo plano. A hora agora é reconstruir o clube tendo em vista o seu tamanho atual. Admitir esta redução é o passo mais importante para recuperar sua grandeza lá na frente.
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