Outra ação criminosa e preconceituosa foi presenciada na internet no último dia 20 de maio, quarta-feira. Em uma live sobre o Cruzeiro, a torcida “Marias de Minas”, assumidamente gay e sempre presente nos estádios apoiando o time celeste, sofreu um ataque homofóbico e ameaças de violência.
Um dos participantes da live, o jornalista Guilherme Piu, do jornal “Hoje em Dia”, também foi ameaçado durante a transmissão com comentários preconceituosos e incitando a violência contra ele. O Cruzeiro se pronunciou em suas redes sociais apoiando o jornalista e o fundador da “Maria de Minas”.
A live tinha como pauta a atual situação da Raposa, que vive sua maior crise financeira e institucional da história celeste. A prosa ia sendo conduzida em um bate-papo sem maiores problemas, quando vários espectadores da live iniciaram os comentários ofensivos e abusivos, ameaçando os participantes.
O jornalista e os membros da “Maria de Minas” tiraram prints das telas e farão boletins de ocorrência para relatar as agressões. O boletim de ocorrência será o primeiro passo para a punição dos agressores virtuais.
-Isso não vai ficar assim. Na segunda-feira, 25 de maio, farei o boletim de ocorrência- disse o presidente e fundador da torcida, Yuri Senna.
O repórter Guilherme Piu também se pronunciou e disse que fará denúncia contra os torcedores.
-Quis dar voz a eles tendo como difusor dessa causa o Yuri Senna, a quem chamo de um ícone da torcida do Cruzeiro. Pela luta, pela batalha e força de vontade que ele mostra nessa busca por direitos básicos a qualquer pessoa. E, principalmente, uma luta por espaço e representatividade em um meio tão homofóbico e machista como o do futebol. Eles lutam por respeito e eu vou lutar junto com eles depois de tudo que vivi, e de tudo que aprendi. Por que também já estive do outro lado e me envergonho por saber que cometi erros no passado não enxergando o quanto é importante abraçar essa causa- disse.
O sindicato dos jornalistas de Minas Gerais também se manifestou sobre o ocorrido.
-Vamos entregar essas ameaças para o Ministério Público de Minas Gerais e esperamos que as denúncias surtam efeitos e que algo seja feito. Que os responsáveis sejam enquadrados pelas autoridades- disse a presidente do sindicato dos jornalistas de Minas Gerais, Alesandra Melo.
A homofobia é crime e o Supremo Tribunal Federal equiparou a o ato como crime de racismo com o Mandado de Injunção 4733, sendo crimes são inafiançáveis e imprescritíveis.