Nova diretoria cruzeirense herda dívida com clubes estrangeiros
O valor total do débito chega a quase R$ 50 milhões, deve demorar pouco mais um ano para acertar as pendências; veja os detalhes
Com a compra de diversos jogadores vindos de clubes estrangeiros nos últimos anos, o Cruzeiro acumulou uma dívida que beira os R$ 50 milhões. Nesta lista, estão presentes jogadores que não fazem mais parte do elenco. Os processos, que estão ativos por falta de pagamento ou atraso de algumas parcelas, vão ser herdados pela nova diretoria do clube, que assume em janeiro de 2018, uma vez que as dívidas não serão quitadas até o final deste ano.
De acordo com o "Globo Esporte", quem defende o Cruzeiro na justiça é o advogado Breno Tannure, que explicou todos os casos costumam levar, no mínimo, mais de um ano para ser resolvidos, pois passam por diferentes fases dentro da entidade maior do esporte, mas que o Cruzeiro tem tentado solucionar todas as situações.
A dívida está dividida tanto em euros como em dólares. A maior parte, mais precisamente 11,715 milhões (R$ 38.340.700), foram feitas na moeda americana. O débito restante restante, 3,014 milhões (R$ 11.453.982), é na moeda europeia. Somando os valores, a dívida chega a R$ 49.794.682.
Arrascaeta e Latorre
Arrascaeta chegou ao Cruzeiro em 2015 após se destacar pelo Defensor (URU) na Libertadores de 2014. Na época, especulou-se em uma quantia de quatro milhões (R$ 12 milhões de euros) por 50% dos direitos do jogador. Metade do valor foi arcado por um parceiro da Raposa e o restante, o clube mineiro parcelou em 30 vezes de R$ 212.800,00, que no total chegariam a R$ 6,384 milhões. Porém, de acordo com o "Globo Esporte", os valores deixaram de ser quitados em abril de 2016. Com isso, o Defensor cobra na Fifa o valor de 1,15 milhão de euros (R$ 4.375.700).
Richard Marchelli, gerente de futebol do Defensor, confirmou os valores e ainda afirmou que, em outubro, o clube uruguaio conseguiu uma vitória no processo que obriga o Cruzeiro a pagar o valor. Porém, de acordo com o advogado do Cruzeiro, Breno Tannure, a Raposa ainda pode recorrer.
- Realmente tem esse valor, que estamos pedido. Em meados de outubro, conseguimos uma vitória na Fifa, e eles estão obrigados a nos pagar isso - disse Richard Marchelli.
Assim como Arrascaeta, Gonzalo Latorre tem Daniel Fonseca como empresário e, por isso, chegou ao Cruzeiro na mesma transferência. Pelo atacante, o Club Atlético Atenas, da segunda divisão uruguaia, cobra na Fifa US$ 3,7 milhões (R$ 12 milhões), sendo US$ 3,4 milhões da negociação, e o resto é referente a juros e encargos. Porém, até o final de 2017, a Raposa ainda tem que pagar R$ 2,207 milhões, referentes a terceira parcela do valor total.
Riascos
Mesmo tendo sido negociado com o Milionarios (COL) no início de 2017, a situação de Riasco ainda é uma dor de cabeça para o Cruzeiro, que adquiriu o atacante em 2015. O Morelia (MEX) cobra 1,145 milhões de dólares (R$ R$ 3.744.100). Na ocasião, a Raposa dividiu este valor em 11 vezes de R$ 442.500,00, que terminariam em março deste ano, mas ficou sem pagar boa parte delas.
Kunty Caicedo
Kunty Caicedo chegou como um dos reforços para esta temporada, mas não foi muito utilizado por Mano Menezes e no meio do ano foi emprestado ao Barcelona de Guayaquil. O zagueiro chegou à Raposa vindo do Independiente del Valle (EQU). O clube mineiro dividiu a compra em três parcelas de R$ 1.908.000, em valores a serem pagos em janeiro deste ano, janeiro de 2018 e julho de 2019, chegando ao total de R$ 5,724 milhões. Porém, o Independiente está cobrando na Fifa o valor de R$ 10.560.000.
Matías Pisano
Matías Pisano já não esta mais no Cruzeiro, mas ainda é uma dor de cabeça para o clube. O jogador chegou a Minas Gerais no início de 2016, vindo do Independiente da Argentina, quando a Raposa acertou sua compra no valor de R$ 4 milhões, referentes a 50% dos direitos econômicos. Junto com a chegada de Pisano, o clube mineiro ainda abateu a dívida que o clube argentino tinha com o Cruzeiro pelo empréstimo do atacante Ernesto Farías. Contudo, na Fifa, o clube hermano pede R$ 1,8 milhão pelo meia-atacante.
Willian Bigode
Mias um fora do Cruzeiro. Atualmente no Palmeiras, Willian Bigode segue sendo uma despesa para o clube mineiro, porém, sua situação envolve a questão política na Ucrânia. Em 2014, época em que o atacante chegou a Minas Gerias, o país do leste europeu passava por uma crise política, que fez com que o o dono do Metalist Kharkiv, ex-time de Willian, transferisse o clube para a cidade de Luhansk e repassar os direitos do atleta ao Zorya. Na Fifa, o clube ucraniano cobra R$ 3,8 milhões pela compra do atacante.
Wagner Pires de Sá foi procurado pelo "Globo Esporte" mas desconversou sobre a situação ainda estar se inteirando sobre a situação econômica do clube, mas afirmou que vai se inteirar da situação com Gilvan de Pinho Tavares.
- Estou ainda me inteirando de toda a situação financeira. Vou conversar com o doutor Gilvan se já há uma tratativa nesse sentido. Vamos procurar acertar, porque não tem jeito. É um compromisso do Cruzeiro, temos que acertar isso. Então, vamos resolver - finalizou.