Polícia Civil de MG detalha as fraudes no Cruzeiro e revela até comissão em duplicada do contrato de Fábio
Em coletiva nesta terça-feira, a corporação explicou como foram levantados os crimes supostamente cometidos por ex-dirigentes da Raposa
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A Polícia Civil de Minas Gerais, em coletiva nesta terça-feira, 11 de agosto, se pronunciou publicamente sobre o inquérito envolvendo possíveis irregularidades em que ex-dirigentes do Cruzeiro estariam envolvidos.
A corporação já entregou a documentação das investigações, mais de 2.500 páginas, ao Ministério Público de Minas Gerais. Delegados do Departamento de Investigação de Fraudes da PCMG detalharam quais foram os resultados das irregularidades e dos crimes que geraram o indiciamento de Wagner Pires de Sá, Sérgio Nonato, Itair Machado e mais quatro empresários ligados aos ex-diretores do clube.
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O Ministério Público emitiu nota e tem um prazo de 15 dias para verificar o relatório da polícia e apresentar denúncia contra os indiciados. Na conversa com os jornalistas, os policiais identificaram a prática de "rachadinha" entre os empresários indiciados e os ex-dirigentes do Cruzeiro citados.
Os delegados Gustavo Xavier e Domiciano Monteiro explicaram que havia uma série de práticas suspeitas como o contrato de empréstimo entre Cristiano Richard e Cruzeiro, o contrato de venda do lateral Mayke para o Palmeiras, a vinda do volante jogador Bruno Silva, o contrato de renovação do goleiro Fábio e até pagamentos retroativos para ex-dirigentes e utilização de verbas do clube para pagar serviços pessoais de advocacia.
A Operação "Primeiro Tempo" identificou que há indícios de falsificação de documentos, falsificação ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Todas as ações criminosas não tiveram interferência direta da presidência do clube. Para os delegados, Wagner Pires de Sá foi omisso ao não impedir que tais práticas .
- A gente apura fato criminoso, prejuízo que a gente conseguiu confirmar foi em torno de R$ 8 milhões, só que isso não quer dizer que toda dívida é proveniente de crime, há a má gestão - disse o Delegado Gustavo Xavier.
Contrato do goleiro Fábio
Outra questão detalhada pela polícia gerou suspeitas de mais práticas irregulares. Na avaliação dos delegados, o os pagamentos de duplicata de comissão na renovação contratual do goleiro Fábio, foram considerados danosos ao clube, sem necessidade de haver a intermediação do empresário Wagner Cruz, que nunca agenciou o goleiro. Ele recebeu comissão de R$ 750 mil pela renovação.
Wagner Pires de Sá e João Ramalho, o agente de Fábio, também foram indiciados.
-U m deles nunca representou o goleiro, ele mesmo confirmou, esse mesmo empresário repassa valor de 750 mil aproximado pra um então dirigente do clube - disse o delegado Domiciano.
O delegado Gustavo Xavier contou que Wagner Cruz alegou que a Fábio lhe deu uma confirmação verbal caso ele não fosse jogar fora do Brasil, dando-lhe preferência em negociar sua permanência na Raposa. Porém, não houve qualquer prova de que o jogador tivesse feito esse acordo com o empresário, para receber a comissão de renovação.
- A justificativa apresentada, inicialmente, é que goleiro teria aceitado proposta do exterior e, por ter aceitado, dado sua palavra, depois teria voltado atrás, ele teria direito a comissão. Esse empresário, que não é empresário, que ele apresentou e teria voltado atrás, deveria pagar a esse empresário. por voltar atrás. Outros empresários do mundo futebol negaram veementemente a possibilidade de isso acontecer, que é algo impraticável no mundo do futebol. Ouvido o empresário do Fábio, ele insistiu nessa teoria, que realmente tinha essa proposta, mas nada foi apresentado sequer uma mensagem, email ou qualquer coisa. O goleiro negou que tenha aceitado algo e voltado atrás. Ou seja, tendo a contradição entre a palavra do goleiro, ausência de formalidade da proposta, que há indício que essa pessoa foi inserida no negócio, para gerar um crédito a esse valor de R$ 750 mil e, logo depois, esse valor ser repassado a um dirigente do Cruzeiro - disse o delegado Gustavo.
O ex-presidente Wagner Pires de Sá e o ex-diretor Sérgio Nonato disseram que ainda não tiveram acesso ao inquérito e não iriam se pronunciar. Os demais investigados ainda não se pronunciaram.
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