A temporada 2024 do Cruzeiro começou ruim, com a eliminação na Copa do Brasil e a perda do título mineiro. A troca de comando na SAF (Sociedade Anônima de Futebol) deu ânimo novo para a torcida celeste. Grandes contratações foram feitas, o time engrenou no Brasileiro e na Copa Sul-Americana, mas terminou o ano com outro vice e sem a vaga na Copa Libertadores de 2025.
Sob o comando do técnico argentino Nicolás Larcamón, contratado no fim de 2023, e o retorno de Lucas Romero, Rafa Silva e Zé Ivaldo, a equipe celeste teve bom início no Mineiro, incluindo a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético, na Arena MRV. Mas ainda no sétimo jogo da temporada, pela primeira fase da Copa do Brasil, em fevereiro, o time foi surpreendido pelo Sousa, da Paraíba, que venceu o jogo único por 2 a 0 e eliminou o Cruzeiro da competição prematuramente.
Cruzeiro perde final do Mineiro, e treinador argentino é demitido
No Estadual, o Cruzeiro passou pelo Tombense na semifinal e chegou com moral na decisão contra o Atlético-MG, com apenas uma derrota na competição. Empatou por 2 a 2 o primeiro jogo na Arena MRV, mas perdeu de virada por 3 a 1, no Mineirão, em 7 de abril, e ficou com o vice-campeonato. O técnico Nicolás Larcamón não resistiu a essas duas derrotas e foi demitido.
Um velho conhecido voltou à Toca da Raposa: Fernando Seabra, que havia trabalhado na base e, no fim de 2023, ao lado de Paulo Autuori. O treinador começou o Brasileiro com bons resultados. Na Copa Sul-Americana, o início não foi bom: três empates nos três primeiros jogos.
Ronaldo Fenômeno vende a SAF para torcedor ilustre
No fim de abril, movimentação nos bastidores agitou o Cruzeiro. O ex-craque Ronaldo Fenômeno, após dois anos e meio, pressionado pela torcida, vendeu a SAF para o empresário Pedro Lourenço, dono de uma rede de supermercados e cruzeirense fanático. Os torcedores se empolgaram com a mudança e a expectativa de altos investimentos.
Reforços chegam para todos os setores da equipe
E os reforços não demoraram a chegar. Ainda em maio, o clube anunciou a contratação do goleiro Cássio, ídolo do Corinthians. Ele foi apresentado dia 21 de maio, mas somente pôde estrear em julho, na abertura da janela de transferências. Também chegaram ao clube o meia Matheus Henrique, o atacante Kaio Jorge e o volante Walace, todos vindos do futebol italiano, o atacante argentino Lautaro Diaz, o volante paraguaio Peralta e o zagueiro Jonathan Jesus.
Em campo, três vitórias no returno da primeira fase garantiram a classificação para as oitavas de final da Copa Sul-Americana. O adversário foi o Boca Juniors, eliminado nos pênaltis, em agosto, depois de derrota por 1 a 0 em Buenos Aires e vitória por 2 a 1 no Mineirão.
Cruzeiro termina turno do Brasileiro num inesperado quarto lugar
No Brasileiro, a campanha também era surpreendente até: o Cruzeiro terminou o turno em quarto lugar e derrotou o líder Botafogo por 3 a 0, no Engenhão, na abertura do returno. Mas a equipe não manteve o bom rendimento. No fim de julho, vazou um áudio de uma conversa de Pedro Lourenço com um amigo, na qual ele fala que teria ameaçado o técnico Seabra de demissão, caso ele não escalasse os reforços recém-contratados.
Em setembro, nas quartas de final da Sul-Americana, o Cruzeiro venceu o Libertad, em Assunção, por 2 a 0, no jogo de ida, mas, após empate sem gols com o Cuiabá, pelo Brasileiro, Fernando Seabra foi demitido.
Técnico Fernando Diniz não melhora desempenho da equipe
A diretoria queria um nome de mais peso para dirigir a equipe, e Fernando Diniz foi o escolhido. Estreou garantindo vaga nas semifinais da Sul-Americana e, em outubro, passou pelo Lanús, nas semifinais. Mas o desempenho do time continuava ruim, com raras vitórias e queda na classificação do Brasileiro.
Temporada termina sem título nem vaga na Libertadores
A esperança do torcedor era a inédita conquista da Copa Sul-Americana, que garantiria vaga na Libertadores de 2025. Mas a Raposa decepcionou na final contra o Racing, em Assunção: perdeu por 3 a 1, em 23 de novembro.
Nas últimas rodadas do Brasileiro, o Cruzeiro não conseguiu se recuperar e terminou a competição em nono lugar, a dois pontos da última vaga na Libertadores. O técnico Fernando Diniz teve sua demissão anunciada pela imprensa, mas foi confirmado no cargo pelo dono da SAF, Pedro Lourenço, apesar do retrospecto ruim: apenas três vitórias em 15 jogos.