Após a saída de vários jogadores do elenco do Cruzeiro que foi rebaixado em 2019 para a segunda divisão, vários bastidores tensos daquele grupo de jogadores estão vindo à tona e sendo conhecidos pelo torcedor. O meia Rodriguinho, atualmente no Bahia, revelou que vários atletas não aceitavam a reserva na Raposa, criando insatisfação e até mesmo insurgências contra os treinadores. Todavia, Rodriguinho falou de forma geral, sem citar nomes.
-Foi se desenhando um cenário caótico. E aquilo ali se refletiu dentro de campo. E muito forte porque estava todo mundo abalado com as coisas que estavam acontecendo. Daqui a pouco começou a ter problema de treinador, problema de jogador com jogador, problema de jogador com treinador... virou uma bagunça! Jogador não aceitava ficar no banco, jogava colete e saía do treino, não ia para a viagem. Virou terra de ninguém! E isso foi cada vez piorando mais-disse Rodriguinho em entrevista à ESPN Brasil.
O período das discórdias, segundo Rodriguinho, ocorreram nos tempos de Rogério Ceni no comando da equipe, quando teve desentendimentos com atletas mais “rodados” do elenco, casos de Thiago Neves, Dedé e Edilson. Rodriguinho também direcionou suas falas à diretoria da época, sob gestão de Wagner Pires de Sá, Itair Machado, ex-vice de futebol e Sérgio Nonato, diretor geral.
-Esse ambiente ruim veio a partir da diretoria. O Mano saiu antes de explodir toda a bomba. Ele já tinha três anos de clube, já estava há muito tempo com os caras.Ficou desgastado e saiu. Mas sem problema nenhum, saiu numa boa, cabeça erguida, falou com todo mundo. Quando chegou o Rogério, ele teve um grande problema com vários atletas que estavam lá. Começou a piorar a situação. Mais essa coisa da diretoria, salário começou a atrasar, funcionário começou a reclamar, jogador começou a reclamar de treinador e diretoria- revelou Rodriguinho.
O jogador também comentou que percebeu o péssimo ambiente no clube e na gestão da Raposa, quando as denúncias de crimes e irregularidades financeiras vieram à tona com as denúncias da matéria veiculada no Fantástico, em maio de 2019.
-Eu vi a bomba toda pelo Fantástico. A partir dali é que as coisas ficaram bem claras para gente, que o clube estava devastado. Só que era uma maquiagem muito boa para todo mundo, ninguém percebia. Até então estava tudo organizado, tudo certo. A gente não estava tendo nenhum problema. A partir que saiu no Fantástico é que começou a desandar- contou Rodriguinho.
Mas, mesmo com todo o cenário interno estando uma bagunça, o meia, que fora contratado no início de 2019, não ficando nem um ano clube, pensou que o time poderia evitar o rebaixamento.
-Eu achei que mesmo com todas as dificuldades, o nosso time, pela qualidade que tinha e pelos jogadores que tinha, não iria cair, só passaria aperto”, frisou. “Mas não tem jeito. Não ganhava porque não tinha que ganhar. Esse é o futebol. Se não fizer tudo certinho, a bola não vai entrar, você não vai acertar, e assim as coisas acontecem!- concluiu.