Torcida LGBTQ+ do Cruzeiro, as Marias de Minas, criam propostas sólidas para combate à homofobia
O grupo de torcedores enviou as ideias para as principais entidades do futebol em Minas e também para os clubes ajudarem no combate ao preconceito
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O futebol tem tentando entrar com maior presença no combate à homofobia nos estádios e até mesmo no dia a dia do esporte. Em Minas Gerais, uma torcida do Cruzeiro, a Marias de Minas, torcida LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer) criou uma série de ideias e propostas que foram enviadas para as entidades do futebol no estado com o intuito de buscar novas perspectivas e principalmente respeito para quem ama o futebol, mas ainda sofre com preconceitos.
A Marias de Minas sugere ações diretas e objetivas para o combate à homofobia nos estádios, que inclui a participação direta dos clubes em seus canais oficiais. Outra sugestão prática é que os árbitros parem os jogos quando houver gritos de cunho homofóbicos direcionados aos atletas em campo e para outros torcedores.
O ofício com as ideias enviado para a Federação Mineira de Futebol (FMF), Cruzeiro e América-MG, faltando apenas o Atlético-MG receber o documento. Entidades como o Tribunal de Justiça Desportiva de Minas (TJD-MG) e a Minas Arena, que administra o Mineirão, também possuem uma cópia das propostas para que avaliem e criem ações em seus eventos contra o preconceito.
Yuri Senna, fundador da Marias de Minas sentiu na pela a homofobia dentro do Mineirão. quando eles assistiam um jogo da Raposa contra o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro, no dia 1º de setembro de 2019, pelo Campeonato Brasileiro.
A hostilidade ocorreu quando os namorados foram vistos se abraçando e se beijando no estádio, gerando uma estúpida reação entre os presentes. A troca de afagos foi gravada por diversas pessoas e em uma forma tola de intimidação, foi espalhada pelas redes sociais e canais de internet, onde receberam diversas mensagens de ataques homofóbicos.
Yuri repostou o vídeo em uma rede social em forma de declaração de amor a Warley, invertando a lógica homofóbica vista no estádio. O casal estava no Mineirão pela terceira vez, sendo um jogo da Copa América e no duelo da Raposa, contra o Santos, também, pelo Brasileiro. Não houve puniçoes para o clube e para quem cometeu as injúrias.
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Quem são as Marias de Minas
A torcida Marias de Minas surgiu em maio de 2019 com o intuito de reunir torcedores LGBTQI do Cruzeiro, além de buscar formas de combater a homofobia no futebol dentro e fora dos estádios. O grupo já possui 60 membros fixos e atuação sólida nas redes sociais.
Conheça as propostas da torcida Marias de Minas:
Solicitar ao STJD a correção da Recomendação 01/2019, publicada em 01 de agosto de 2019 que cita opção sexual ao invés de orientação sexual e identidade de gênero.
Apoiar a inclusão em pauta do legislativo da atualização do artigo 243-G do CBJD que não cita orientação sexual e identidade de gênero.
Que medidas e protocolos sejam adotados a fim de garantir a segurança de pessoas LGBTQI durante as partidas de futebol nos estádios, como seguranças qualificados e aptos para atender demandas desse público, além do posicionamento firme e coerente dos agentes que promovem e executam o futebol em Minas Gerais (times, órgãos públicos e privados, estádios) contra esse tipo de preconceito.
Reforçar orientação aos árbitros e auxiliares de arbitragem para interromper partidas quando identificada qualquer ação de caráter LGBTfóbico (como uso de termos pejorativos ou canto de músicas de teor homofóbico) por parte de torcedor, jogador ou qualquer membro de comissões técnicas. Tais atos devem ser relatados na súmula e responsáveis julgados e devidamente punidos de acordo com orientações do STDJ.
Clubes promoverem ações em suas redes sociais sobre o combate à LGBTfobia e comunicar formalmente aos torcedores sobre este ofício e a intolerância a todo e qualquer tipo de preconceito.
A garantia de revista de mulheres trans por policiais femininas nas entradas dos estádios, e homens trans por policiais homens.
Respeito ao nome social das pessoas travestis e transexuais nos registros de associados e associadas dos clubes, bem como no tratamento por parte de qualquer agente envolvido no futebol do estado.
Estímulo para a criação de grupos e movimentos, multidisciplinares, que ajudem a debater e criar soluções para o combate a LGBTfobia nos clubes e estádios, assim como acolhimento dos movimentos e torcidas LGBTQI que já têm surgido de forma independente.
Campanhas, workshops, cursos e demais ações de caráter educativo para as entidades e agentes do futebol (federação, árbitros, jogadores, seguranças, etc.) sobre o que é a LGBTfobia e seus males.
Desenvolver e transmitir nos intervalos das partidas vídeos educacionais de combate a LGBTfobiano futebol, tanto nas TVs do estádio quanto no telão.
Disponibilização de aplicativo para denúncia de casos de LGBTfobia nos estádios. O aplicativo poderia estar diretamente ligado a órgãos de segurança pública.
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