Quando representou o Brasil pela primeira vez em uma edição dos Jogos Olímpicos, Juliana Veloso, atleta da Equipe Furnas, tinha apenas 19 anos. De Sidney-2000, para cá, a atleta dos saltos ornamentais esteve presente em todas as Olimpíadas: Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012. O que mudou, além da experiência, é que hoje ela está casada e é mãe de Pedro, de sete anos, e Thiago, três.
- A diferença é só positiva - garantiu.
Apesar de tantas participações em Jogos Olímpicos, Juliana não esconde que representar o país no Rio será inesquecível.
- O fato de estar em casa, e saber que as pessoas compraram ingresso para assistir a nossa prova, só nos enche de orgulho e nos dá mais vontade de fazer o melhor que a gente pode. Não estou com a minha família porque estou na Vila, mas sei que, qualquer problema, estou aqui do lado. Isso dá uma segurança. A energia da torcida na hora do evento também é muito importante e temos que saber lidar com ela - afirmou Juliana, que competirá na prova sincronizada de trampolim de três metros ao lado de Tammy Galera.
- Durante todas as edições dos Jogos sempre fui a única mulher. Para sair hoje da Vila eu disse: é claro que vamos usar o uniforme igual. Nunca tive a oportunidade de colocar o uniforme do Brasil com ninguém. Vamos andar igual a um par de jarros até o final dos Jogos. A gente forma uma dupla, então uma copia a outra. Mas é muito bom ter companhia - admitiu.
Aos 35 anos, Juliana sabe de sua importância também como líder dentro da atual equipe brasileira de saltos ornamentais.
- Estou achando tudo maravilhoso e tentando passar para os novatos que isso aqui é uma Olimpíada e que lutamos muito para estarmos aqui. Não podemos nos distrair. O refeitório é maravilhoso? Tudo bem, entra, come e sai. Não podemos dispersar porque o momento da competição não vai voltar - avisou a atleta.
Na terça-feira, a equipe fez o primeiro treino no Parque Aquático Maria Lenk, palco das provas de saltos ornamentais nos Jogos.
- A medida que a competição vai se aproximando, o horário de treinamento é cada vez menor e o número de atletas é cada vez maior. A gente tem que aproveitar esse tempo para se acostumar bastante e não, necessariamente, fazer os saltos que vamos executar no momento da prova. É bom nos familiarizar com o trampolim que vamos usar - explicou.
A exemplo de todas as outras edições, Juliana também faz questão de disputar os Jogos usando um cordão com os aros olímpicos. Só em Londres trocou o símbolo das Olimpíadas pelo nome do filho mais velho.
- Gosto de saltar usando o cordão.
Quanto à torcida de Pedro e Thiago, ela admite.
- O Pedro passou a ter um pouco mais de noção dos Jogos por causa da Tocha Olímpica e do álbum de figurinhas. Os amigos dele falam: sua mãe é o número 212. Eu quero. O grande barato é que eles torcem para que acabe tudo logo para viajarmos para a Disney - disse Juliana.