Clima família antes de Portugal e Islândia na estreia dos rivais na Euro
Portugueses, em número muito maior, aguardavam ansiosos uma convincente vitória. Islandeses curtiam a sensação de participar de uma festa grandiosa e levaram os filhos
Pelo menos em Saint-Etienne o clima horas antes de um jogo da Eurocopa era de tranquilidade e nada indicava possibilidade de confrontos. Nenhum grito de guerra, turbas de valentões. Muito pelo contrário. Várias famílias, muitas mulheres e crianças, casais de namorados circulavam pela cidade.
Na principal praça da fria cidade (12 graus na véspera do início do Verão), alguns torcedores de Islândia e Portugal curtiam uma espécie de exposição em vários containers. Um deles mostrava uma decoração típica de uma casa portuguesa feita por um designer lusitano. Em outro, a mesma coisa, mas de um profissional islandês.
Como tudo é muito próximo do centro nesta cidade de apenas 170 mil habitantes, a praça que tem o Hotel de Ville e a Prefeitura como referência, era a porta de entrada para os torcedores seguirem de trenzinho e à pé para a Fan Zone ou o Estádio Geoffroy-Guichard, separados por apenas 1km.
No palco do Saint-Etienne - clube grande da França que não é campeão desde a era Michel Platini no início dos anos 80 - o bom ambiente imperava quando faltavam menos de três horas antes do jogo de estreia das duas seleções na Eurocopa.
Os portugueses, em maioria esmagadora, aguardavam a abertura dos portões escutando o alto som que vinha do estádio, com música pop e os hinos das seleções, cantados por vários patrícios. Do lado Islandês, tome torcedor com a camisa azul com mulher e filhos ao lado.
- Somos nove e todos com a camisa da seleção, disse Geirsson, com o número 10 e o nome Gudjohnsen (que é o 22 nesta Euro) às costas.
Ao lado do casal Arnisson e Haronn e da pequena Maria Elizabeth, que corria em volta de um ônibus fretado por portugueses - Os garotos estão lá na frente comprando alguma coisa no quiosque - dizia a gordinha Haronn.
Arnisson disse que todos já estavam muito felizes com a classificação da Islândia e que torciam por um resultado histórico, como um empate. Logo foi criticado por Geirsonn.
- Não viemos aqui para pouca coisa, a Islândia vai ganhar por 2 a 1.
Do lado português, confiança. Nenhum torcedor perguntado apostou sequer no empate. Portugal na cabeça.
- Vamos colocar fogo no gelo dos islandeses, gritava um patrício todo pintado de vermelho, com capa, chifre e tridente de Diabo. Chamava-se Palo e fazia a festa dos fotógrafos, já que era a figura mais exótica entre os torcedores.
- Vamos gritar muitos gols do Ronaldo. Muito Siiiiii - gritava Palo, rodeado de amigos.
Numa das poses para fotos o tridente quebrou.
- Espero que não seja um sinal de má sorte - concluiu, antes de posar para mais fotos com torcedores islandeses.