Fim do Século 19. O Rio de Janeiro, capital do Brasil, contava meio milhão de habitantes e crescia tentando administrar problemas de urbanização e saúde pública. A população se concentrava no centro da cidade do Rio de Janeiro e adjacências. No Lamas, um bar badalado do Flamengo, estudantes discutiam o cotidiano.
As corridas de cavalos ainda mobilizam o povo. Mas o remo começava a arrebatar as multidões. Surgiam, aqui e ali, clubes para a sua prática. Rapazes da Praia de Botafogo fundaram um grupo de regatas, atraindo as atenções das moças do bairro e da vizinhança, despertando ciúme indisfarçável no pessoal do Flamengo. Logo, o guarda-livros Nestor de Barros convocou a turma local para uma reunião no Lamas, onde decidiram criar um clube para representá-los.
O primeiro passo foi a compra da baleeira batizada de Pherusa. Em 6 de outubro de 1895, a embarcação foi lançada ao mar com sete jovens – Barros, Felisberto Laport, Joaquim Leovegildo dos Santos Bahia, José Agostinho Pereira, José Félix da Cunha Menezes, Mário Spínola e Maurício Rodrigues Pereira.
Clube nasceu na Praia do Flamengo, número 22, no casarão de Nestor de Barros
No fim da tarde, um vento traiçoeiro fez a Pherusa virar. Os tripulantes foram salvos pela lancha Leal, que regressava de um passeio, e a baleeira rebocada para a Praça 15, de onde foi roubada. O episódio seria o bastante para afastar dos rapazes a ideia de formar o seu próprio grêmio. Mas a turma não desistiu. Adquiriu uma nova embarcação, a Scyra, e convocou para 17 de novembro um encontro para o casarão número 22 da Praia do Flamengo, onde Barros morava, para concretizar o sonho.
A ata de fundação do Grupo de Regatas do Flamengo foi assinada por 18 nomes. Foi eleito como primeiro presidente o guarda-marinha Domingos Marques de Azevedo. A turma escolheu como cores oficiais o azul “da Baía de Guanabara” e o ouro “das riquezas naturais do Brasil”.
E resolveu que a data de fundação seria oficialmente a de 15 de novembro – feriado nacional que celebra a Proclamação da República. Daí em diante, o Flamengo começou a caminhar com as suas botas de sete léguas.
Seria necessária uma edição especial do diário LANCE! para detalhar todos os títulos que o Rubro-Negro ganhou em 120 anos de história. E os craques que abrigou – Leônidas da Silva, Zizinho e Zico puxando a fila. Mas basta ressaltar a popularidade que o clube desfruta no Brasil e até mesmo no exterior.
Isto já é suficiente para exprimir sua grandeza.