Apresentado pelo Flamengo, Tite revela por que aceitou comandar o clube: ‘Perspectiva de títulos’

Técnico rubro-negro também comenta situação de renovações, papo com o grupo e polêmica envolvendo Gabigol

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Tite concedeu a primeira entrevista coletiva como técnico do Flamengo nesta segunda-feira (16), no Ninho do Urubu. Na apresentação, o treinador falou sobre o novo desafio, projeções para o trabalho e expectativa acerca da próxima temporada.

Participaram da coletiva o presidente Rodolfo Landim, o CEO Reinaldo Belloti, o vice-presidente de futebol Marcos Braz e o diretor executivo da pasta, Bruno Spindel.

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RODOLFO LANDIM
- Enorme satisfação de contar com o Tite uniformizado de rubro-negro e de toda sua grande equipe, equipe com a qual tive a honra e felicidade de conhecer trabalhando na Copa América. Ele sabe que sempre foi um sonho a gente poder realizar e trabalhando lado a lado para buscar novas conquistas. O convívio que a gente teve foi curto, mas intenso e muito marcante para mim. Eu passei momentos que nunca mais esqueci, agradeço a ele e à equipe pela forma como fui recebido. Falar da qualidade do Tite é perder tempo. Todo mundo conhece trabalhos que ele fez, o quanto ele foi vencedor, o DNA com a cara do Flamengo, e as expectativas que a gente tem de trabalho são as melhores possíveis. E eu fico ainda mais feliz de ver o sorriso nos olhos, a vontade que todos têm de abraçar esse trabalho. Agradecer ao Tite por ter me ouvido e entendido que era importante a chegada dele um pouco antes do inicio do próximo ano, fazia parte do planejamento conseguir buscar os objetivos desse ano que são importantes para temporada do ano que vem e para ter maior conhecimento do que precisará ser feito em termos de planejamento para a gente melhorar ainda mais em 2024.

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REINALDO BELLOTI
- Tite, seja bem-vindo ao Flamengo. Seu último trabalho foi na seleção de um país e agora você vai cuidar do time da Nação.

MARCOS BRAZ
- Quando você contrata um técnico do tamanho dele, não precisa fazer apresentação e nem dar explicações. Dois ciclos de Copa do Mundo, campeão de todos os torneios e competições que o Flamengo almeja ser campeão no ano que vem. Agradecer aos representantes de Tite pela ajuda no processo.

BRUNO SPINDEL
- Faço minhas as palavras do Marcos e do presidente. Agradecer ao Tite por estar conosco, aceitar o desafio, ao Gilmar pai e filho. Prazer muito grande estar ao lado do Tite trabalhando aqui, dar boas-vindas. Eu tenho certeza que ele vai trazer muito sucesso.

TITE
- Por mais programação que se tenha do que se queira fazer, as informações se captam: e a que me capta mais é a de quando eu joguei contra o Flamengo. Ainda bem que não peguei o Zico… eu na Portuguesa, na época. O quanto corri atrás e passei de sufoco… Falei disso para mostrar a história e o quanto sei da grandeza. É um orgulho, um desafio e uma responsabilidade muito grande.

O QUE FOI TREINADO NA PRIMEIRA SEMANA?
- Primeiro conhecimento humano, dos funcionários, depois com os atletas, e três por videoconferência, para mostrar a importância do trabalho todo. Depois as informações, implementação de tática, técnica, e física a gente já implementou bastante.

O QUE MOTIVA A DIRIGIR O FLAMENGO?
- Quando tivemos conversando, é sim um projeto de 2024, busca de uma retomada de vitórias importantes, perspectiva de títulos e o alinhamento de datas para que a gente possa seguir o trabalho e ter possibilidade de êxito, que é o que me move.

O QUE FEZ REPENSAR O PROJETO DE TRABALHAR SÓ EM 2024 E O QUE FACILITA CONHECER TANTOS JOGADORES?
- Eu prefiro colocar um ajuste de datas. O objetivo de 2024 foi a premissa da conversa, e quando conversamos a respeito, o Braz disse “como a gente ajusta os seus objetivos profissionais com as necessidades do Flamengo?” Ele é de 24? É? Mas como pode ser de agora? Aí o projeto pesou mais forte. E traz benefícios. O objetivo é a classificação direta pra Libertadores, é o que é. A perspectiva matemática é sonho. Essas necessidades o que traziam de benefício? Conhecer os atletas e estar trabalhando agora é importante. Eu respeito pensamentos diferentes, mas é uma percepção da grandeza do Flamengo e dos objetivos do trabalho.

GABIGOL E PEDRO JUNTOS? BRUNO HENRIQUE?
- Conversei com Gabi e Pedro e falei da possibilidade de junção dos dois. Com o Bruno, Cebolinha ou Luiz Araújo tem mais variações. Jogar bem na fase ofensiva, defensiva, bolas paradas. Quando alguma coisa não funcionar bem, você está longe da vitória.

RENOVAÇÕES
- O técnico é uma figura importante, mas acima há uma direção e uma hierarquia que precisa ser seguida. Existe um respeito a uma história. Há um encaminhamento, mas são 12 jogos decisivos para que a gente alcance a classificação.

POLÊMICA COM GABIGOL
- Conversei com ele, sim. Coloquei eles (Gabi e Pedro) a concorrerem a ir para a Copa, mas eles não concorreram nas mesmas posições. Um era pivô, outro jogador de mais movimentação. Por isso podem atuar juntos.

O QUE CHAMOU ATENÇÃO NO PROJETO?
- Quatro anos de clube, a estabilidade que ele tem, a torcida e o quanto ela te incentiva e mobiliza para tal. A estrutura como a do Ninho, o grupo como joga, as pressões que têm. Eu não queria vir agora porque é um tempo melhor em início de ano, mas há a necessidade do clube. E a experiência possa permitir que seja melhor agora e acelerar o processo. O desafio da obra, o estado onde eu nunca trabalhei. É desafiador nesse aspecto.

EVERTON CEBOLINHA
- É um grande momento da conquista da Copa América, ele foi destaque sim, eu vou pegar palavras do Pedro e me permitam trazer a público. Como vocês podem contribuir um com o outro? (Ele e Gabi). A gente competindo vai estar trazendo o nível para cima. Isso que eu acredito e serve para o grupo também

COMO TRABALHAR O GRUPO DENTRO DOS PROBLEMAS?
- Eu observava os técnicos e dizia “ele pode escalar, mas ele treine igual e me respeite igual”. Respeito acima de tudo.

DIAGNÓSTICO DO FLAMENGO DE 2023 TER TANTO FRACASSO
- Todas as atenções voltadas às informações verdadeiras, agora eu amplio para o Fabinho e Juan, para todo pessoal. A gente conversou de manhã com o Mário Jorge nessa transição e ele com peso e competência de poder participar e vislumbrar o jogo.

COMO DEIXAR O FLAMENGO MENTALMENTE FORTE PARA VOLTAR A VENCER EM 2024?
- Eu acredito em um atleta ter confiança e ser desafiado. Eu não gosto do termo 'tira da zona de confiança'. Eu não gosto do termo 'tira da zona de conforto'. Eu gosto de "deixa em uma zona de confiança e desafia". Somos nós. Sou eu e os atletas todos.

O QUE PRETENDE FAZER COM O ELENCO QUE PRECISA PROPOR JOGO?
- O jogo é um mecanismo vivo, mas parte de alguns princípios. Manter posse, ser criativo-ofensivo. É um DNA do Flamengo e vai continuar sendo, porque o técnico tem que se adaptar aos jogadores e à equipe, e não o contrário. Talvez numa intensidade menor porque é preciso ter consistência defensiva. E aí vai fazer o quê? Controlar o adversário, não dar possibilidade de finalização. A gente vai procurar equilibrar essas ações.

REGASTE DO ESTILO DO FLAMENGO
- Em uma conversa com Zico, esse senso criativo, essa capacidade de agredir o adversário sendo contundente, procurando o gol, faz parte do conjunto. Mas esse equilíbrio que me referi é fundamental. Está uma ligada à outra. Dorival não tinha o Bruno, ele está em um grande momento. Se pré-estabeleceu falar em um estilo, mas o campo fala. Às vezes, ele esconde, mas normalmente, o campo fala.

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