Contra o Bragantino e nos próximos jogos, críticas e elogios ao Flamengo são condicionadas pelo mesmo ponto

Desfalques por conta das Eliminatórias Sul-Americanas e problemas físicos em série "minam" opções de Renato Gaúcho no Flamengo, que se complica no Brasileirão

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Com apenas quatro nomes que formam a escalação ideal de Renato Gaúcho, o Flamengo enfrentou, nesta quarta, o Bragantino, que tem em Maurício Barbieri o técnico mais longevo da Série A, e empatou em 1 a 1. Qualquer análise, elogio ou crítica a respeito da atuação do time e do trabalho de Renato, nesta e nas próximas duas partidas, deve partir de um mesmo ponto: os vários desfalques.

- Lógico que temos um grupo bom, montado para disputar as três competições, mas o que peca nesses jogos é a falta de entrosamento - comentou Renato.

A importância de Everton Ribeiro, Arrascaeta e Gabriel Barbosa, e os impactos que cada um deles têm no desempenho do Flamengo, já foram esmiuçados ao longo das últimas três temporadas. São três dos atletas mais técnicos atuando no futebol sul-americano, três dos maiores construtores e, no caso do camisa 9, o principal artilheiro. Soma-se a esta conta Isla, e o Flamengo não terá quatro de seus titulares também contra o Fortaleza, no sábado, e Juventude, na terça.

Tudo isso por conta da CBF, que não consegue organizar seus campeonatos e respeitar as datas Fifa. As reclamações da direção da Gávea durante a semana,  se justificam, ainda mais pela entidade voltar atrás de acordo firmado em 2021.

Dito isso, há de se destacar, também, a série de problemas físicos no elenco principal do Flamengo. Para o jogo em Bragança Paulista, Renato não contou com Gustavo Henrique, Diego e David Luiz, além de Diego Alves, desfalque após apresentar quadro gripal. O técnico e o clube negam que a preparação física esteja com problemas e fala em desgaste pelos jogos. É verdade, mas, quando ficou 14 dias sem atuar em setembro, a equipe ainda teve ausências.

Diante disso, é normal que uma equipe sem sete titulares caia de rendimento - como aconteceu com o Flamengo diante do Bragantino, por maior que seja a qualidade de Vitinho, Pedro e Thiago Maia. O time sentiu, mas, dentro de uma proposta mais conservadora, fez jogo duro diante do sexto lugar do Brasileiro.

As falhas individuais defensivas não são uma novidade na temporada. Os erros de Léo Pereira já se acumulavam na etapa final quando Artur venceu a marcação do camisa 4 para marcar o gol de empate. Matheuzinho - outro reserva - também caiu de rendimento na etapa final, errando na saída de bola.

Diante disso tudo, a opção do técnico em Renê como substituto de Filipe Luís, que volta lesão, para marcar os avanços de Artur e Ytalo, e não em Ramon - jovem pedido pela torcida, passa a ser um detalhe no resultado da partida. As substituições feitas também não surtiram efeito, mas Vitinho e Andreas Pereira - dois dos melhores do Flamengo no jogo - deixaram o campo desgastados.

Os problemas nas próximas duas rodadas do Brasileirão, contra o Fortaleza, no sábado no Ceará, e Juventude, na terça-feira no Rio de Janeiro, continuarão para Renato Gaúcho, que não contará com os convocados. Os demais serão avaliados jogo a jogo. Entre as partidas, mal há tempo para a recuperação dos atletas, e os ajustes precisam ser feitos na base da conversa e vídeo, sem o técnico perder de vista o líder Atlético-MG, as semifinais da Copa do Brasil - nas últimas semanas de outubro - e a decisão da Libertadores, em 27 de novembro.

- Não temos tempo nem para descansar, nem para dormir direto. Vivemos dentro de hotel e avião. Agora seria o prazo, com os jogos da seleção, teríamos tempo, mas o campeonato não parou. Tem equipes que jogam duas, uma vez por semana, e o Flamengo joga três. Depois temos que ver as pessoas falando que o Flamengo não se interessa pelo Brasileiro - afirmou Renato Gaúcho.

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