Num intervalo de dez dias, o Flamengo jogou duas vezes contra o Vasco, limitado e em uma de suas piores fases técnicas da história. Em ambas venceu, mas não convenceu, jogando de duas maneiras diferentes e em contextos distintos, já que o mais recente foi válido pela partida de ida das semifinais do Carioca, sonolenta e vencida por 1 a 0, no Maracanã.
Ainda não é assinante do Cariocão-2022? Acesse www.cariocaoplay.com.br, preencha o cadastro e ganhe 5% de desconto com o cupom especial do LANCE!: GE-JK-FF-ZSW
Desta vez, Paulo Sousa optou por deixar Everton Ribeiro construindo por dentro e trazer amplitude com Bruno Henrique pela ponta esquerda. No jogo da Taça Guanabara, o camisa 27 atuou como referência e o capitão, como ala-esquerdo, por exemplo.
As alterações táticas não culminaram em chances criadas, apesar do amplo domínio da posse de bola, novamente inócua.
De acordo com o site "Footstats", o Fla só finalizou dez vezes no jogo, sete a menos em relação à média do time no Estadual. No alvo foram apenas dois chutes, tirando o pênalti, sendo que no segundo tempo não ocorreram arremates à meta de Thiago Rodrigues. O time foi um deserto de ideias, aliás, e nem sequer teve o controle das ações após o intervalo. Hugo foi importante.
Defeitos mais gritantes, que têm emperrado o time neste início de trabalho de Paulo Sousa, estão identificados e são externados por jogadores e até pelo técnico com certa frequência. Filipe Luís chegou a citar, com outras palavras, a ausência de fome para aproveitar melhor o controle da bola.
- Com o resultado e a eliminatória ao nosso favor, arriscamos menos, por assim dizer, e acabamos jogando menos. A sensação era que o jogo estava controlado, mas claro que é um resultado perigoso.
O Fla tem passado a impressão de que não tem feito o dever de casa para ser o time avassalador que almeja e investe para tal condição. E os dois jogos contra o Vasco ligam um alerta pois, como o próprio Paulo Sousa tem dito, o time vai enfrentar diversos adversários fechados ao longo da temporada. As dificuldades na criação não condizem com a qualidade do elenco.
- Muitas vezes jogamos muito para trás e temos que superar essa pressão. É algo que temos que melhorar, sobretudo nos últimos minutos de jogo, quando temos mais controle. Se sairmos dessa pressão, teremos mais espaço para encontrar capacidade de finalização - avaliou Sousa, que ainda viu Fabrício revelar a sua pedida para evitar bolas recuadas a Hugo (veja mais aqui).
> Veja a tabela do Cariocão
Antes de a bolar rolar, Paulo Sousa já havia dito que o time precisava otimizar a amplitude para jogar contra o ferrolho vascaíno. O resultado positivo veio ontem, mas a falta de "punch", baixa intensidade e repertório para fazer valer a superioridade ainda deixaram a desejar.
A conferir se haverá progresso no próximo jogo contra o Vasco, a ser realizado às 16h deste domingo, no Maracanã - o Fla pode até perder por um gol de diferença que avança à final do Carioca.