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Dirigentes do Flamengo depõem sobre o incêndio no Ninho do Urubu

Diretor executivo de administração, Marcelo Helman, e o vice-presidente de administração, Jaime Correia da Silva, estiveram na manhã desta terça-feira na 42ª Delegacia Policial<br>

Incêndio Ninho do Urubu
imagem cameraNinho do Urubu foi atingido por incêndio no último dia 8 (Foto: Adriano Fontes/ AMPress)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 19/02/2019
15:07
Atualizado em 19/02/2019
15:25

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As investigações sobre causas e responsabilidades do incêndio que atingiu o alojamento das divisões de base do Flamengo no CT do Ninho do Urubu, no último dia 8, seguem. Na manhã desta terça-feira, dois dirigentes do clube estiveram na 42ª Delegacia Policial, no Recreio, Zona Oeste do Rio, para darem depoimentos. Marcelo Helman, diretor executivo de administração, e Jaime Correia da Silva, VP de administração, chegaram ao local por volta das 9h30.

A informação foi inicialmente dada pelo "Jornal Hoje", da TV Globo, e, até o início desta tarde, não havia confirmação da saída dos dirigentes da delegacia.

Foi o segundo dia consecutivo em que dirigentes do Flamengo estiveram na 42ª DP para prestarem depoimentos. Na segunda-feira, o gerente das categorias de base, Eduardo Freeland, e o vice-presidente das categorias de base, Victor Zanelli, compareceram ao local, por volta das 9h50, e deixaram a delegacia, por volta das 13h30, sem dar declarações à imprensa. Como a investigação está aberta, a Policia Civil também não se manifesta sobre os depoimentos.

Ainda na segunda, o departamento jurídico do Fla apresentou à Defensoria Pública cálculo inicial da indenização a ser paga às vítimas e familiares do incêndio. O Ministério Público fez uma contraproposta e aguarda a resposta para os próximos dias. Só após o acerto entre o clube e o MP é que a proposta será apresentada e discutida com cada família. Os valores são sigilosos.

RELEMBRE O CASO

O incêndio no alojamento nas divisões de base aconteceu no dia 8 de fevereiro e vitimou 10 atletas do Flamengo, de 14 a 16 anos. Três jogadores precisaram ser internados - Cauan Emanuel e Francisco Dyogo já receberam alta médica -, sendo que Jhonata Ventura segue aos cuidados do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Municipal Pedro II. O quadro do jovem é estável. Além deles, treze jovens escaparam do incêndio sem qualquer tipo de ferimento.

No dia 13, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinou a suspensão de todas as atividades das categorias de base no CT George Helal, o Ninho do Urubu, proibindo a entrada, permanência ou participação de qualquer criança ou adolescente no local até julgamento do mérito. A decisão é do juiz Pedro Henrique Alves, da 1ª Vara da Infância da Juventude e do Idoso.

Em caso de descumprimento, está prevista multa única no valor de R$ 10 milhões em relação ao Clube de Regatas do Flamengo e multa única e concomitante no valor de R$ 1 milhão ao presidente Rodolfo Landim. A decisão do TJ-RJ foi liminar parcial em ação civil publica do MPRJ que corre desde 1 de abril de 2015. Cabe recurso ao Flamengo em segunda instância.

A decisão está sendo respeitada. Após o incêndio, as atividades da base foram e a expectativa para que os jogadores se reapresentem na quinta-feira, dia 21. Contudo, sem a estrutura do Ninho do Urubu, a operação com atletas de fora do Rio de Janeiro deve permanecer suspensa. O clube entende que não há condições de receber centenas de atletas da base em outro local que não o CT.

No dia 15, após a segunda reunião entre Flamengo e autoridades, a Prefeitura do Rio de Janeiro reforçou o o pedido de interdição do local, já feito em 2017. Apesar disso, o elenco profissional treinou no Ninho do Urubu no próprio dia 15, no dia 16 e voltou a trabalhar no CT nesta segunda, dia 18. O clube entende que a utilização diurna dos campos não "representa qualquer risco" e reforça que não está havendo utilização noturna de nenhuma estrutura do local.

O Flamengo se pronunciou em três momentos desde o trágico episódio. No dia do incêndio, o presidente Rodolfo Landim fez um emocionado - e curto - pronunciamento à imprensa na entrada do CT. O mandatário classificou o caso como "a maior tragédia nos 123 anos do Clube de Regatas do Flamengo".

No dia seguinte, na Sede da Gávea, quem falou foi o CEO Reinaldo Belotti, que coordenou o comitê de gestão de crise desde o início. O executivo reforçou a prioridade do clube no suporte amplo e irrestrito às vítimas e familiares e, com base em documentos, garantiu que o incêndio nada teve a ver com as condições da estrutura do alojamento das divisões da base no CT George Helal.

Nestes dois primeiros momentos, o clube não abriu espaço para perguntas. No dia 15, Rodrigo Dunshee, vice-presidente e vice-jurídico do Rubro-Negro, falou rapidamente após a reunião com os órgãos públicos e ressaltou que a atual gestão assumiu o poder apenas no começo de 2019. Após o pronunciamento, porém, Dunshee se irritou com as perguntas e retirou-se, dando fim à coletiva.

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