- Eu vim ao Flamengo contra tudo e contra todos.
É inegável que Jorge Jesus chegou ao Flamengo sob desconfiança, como o próprio treinador reforçou em tom de desabafo após a goleada aplicada sobre Ceará, por 4 a 1, na última quarta-feira. Narizes torcidos na imprensa e na opinião popular. Mas Mister desembarcou nos braços dos rubro-negros e com a promessa de fazer história na bagagem.
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Já faz. E Jesus tem a dimensão do quanto é querido pela torcida do Flamengo, que, na festa da noite passada, fez com que a tradicional reverência ao Mister ("Olê, olê, olê...") fosse a música cantada mais vezes - novamente.
- O maior ídolo do Flamengo (Zico) tem descendência portuguesa e chegou mais um portuga para fazer outra bonita história - brincou Jesus.
Para chegar ao atual cenário, o Mister também teve que superar o fato de os jogadores terem Abel Braga - o seu contestado antecessor que pediu demissão - como um homem de confiança. A digestão interna não foi simples. Os meses se passaram e a recente declaração de Filipe Luís, afirmando que os "jogadores estão desesperados para que ele fique", simboliza a harmonia conquistada, mesmo diante de tanta rigidez nas cobranças por aperfeiçoamento.
Para quem quiser enxergar, as "receitas" do sucesso estão na mesa: trabalho eficaz e um grupo que abraçou o peculiar estilo de Jorge Jesus.
- Nunca tive uma relação tão forte como tenho com a equipe do Flamengo. Sou treinador há mais de 30 anos e, agora, encontrei um grupo que me ama. Nunca tive um grupo tão forte e confiante no treinador e nas minhas ideias. E quando você ganha, eles acreditam ainda mais - declarou.
SOBRE FUTURO E PRESENTE
São nem seis meses de casa e, por isso, ainda é cedo para cravar que Jesus ficará para a história como o maior técnico da história do Flamengo. Porém a discussão tende a passear pelos debates com mais afinco nos próximos dias.
Com contrato até meados de 2020, Jesus soma 24 vitórias em 34 jogos pelo Flamengo
Enquanto a "Jesusmania" ecoa Brasil afora, o treinador já garantiu que só falará sobre permanência após a disputa do Mundial de Clubes, em meados de dezembro, mantendo o foco em prol de outro caneco.
E se há indefinição sobre o futuro, não existe em relação ao presente: Jesus transforma as exigências em cima dos técnicos, amados por seus elencos ou nem perto disso, da água para o vinho. Ou seja, o futebol brasileiro também triunfa.