Na medida em que o Flamengo começa a mostrar evolução, a efetivação de Maurício Barbieri ganha força nos bastidores da Gávea. Além da diretoria não encontrar nomes para o cargo, o interino agrada aos jogadores. Mais do que a metodologia atual e o conhecimento, o auxiliar está procurando dar ao time um estilo de jogo que encaixa bem com as características do atual elenco.
Capitão, Réver comentou as mudanças feitas por Barbieri, há pouco mais de um mês a frente da equipe. Para o zagueiro, a busca pelo controle da bola é importante e a equipe tem desenvolvido as ideias passadas pelo treinador.
- O Barbieri quer muito a posse de bola, isso faz com que o time tenha uma evolução muito grande, principalmente pelas características dos nossos jogadores, que gostam de ficar com a bola. Quando você está com a bola, dificilmente você vai correr errado, faz com que o adversário tenha um desgaste maior e que abram espaços para os nossos atacantes. É mérito dele.
Em meio a uma maratona de jogos da Copa Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil, Maurício Barbieri tem alcançado a evolução da equipe sem muito tempo para treinar. Por exemplo, o elenco fez apenas um treino específico visando a partida desta quarta contra a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, em Campinas.
Para Réver, conta a favor do técnico ter à disposição um elenco experiente.
- Isso vem do dia a dia. Devido ao pouco tempo de treinamento, é mas na base da conversa. Temos um grupo de jogadores experientes com uma mescla com jovens. O treinador quer essa recomposição mais rápida, agressividade quando perde a bola para recuperar o quanto antes para que a gente tenha ela a maior parte possível. São ideias trabalhadas que vêm surtindo efeito - Réver.
A apresentação diante do Ceará - vitória por 3 a 0 no Castelão - foi a melhor sob o comando de Barbieri, que dirigirá o Flamengo pela sexta vez no jogo contra a Ponte Preta, na estreia do Rubro-Negro na Copa do Brasil. São três empates e duas vitórias com o interino, que está a frente da equipe desde 29 de março.
Questionado se o Flamengo já tem a "sua cara", o auxiliar técnico respondeu:
- Time tem que ter a cara do Flamengo, não do Maurício. Estamos no caminho certo e o que apresentamos em campo (contra o Ceará) e demonstra isso.
'Os jogos são constantes, então não há muito tempo para treinar. No tempo que temos, os treinamentos vêm sendo proveitosos. O Maurício vem dando uma cara ao time. Um jogo ou outro, talvez, não deu tão certo a maneira que ele queria, mas não perdemos', afirmou o capitão.
BARBIERI RESSALTA DEDICAÇÃO
Além da posse de bola, Maurício Barbieri tenta montar um time que marca alto, pressionando os zagueiros e laterais adversários na saída de bola. Para isso, comanda atividades de menor duração, mas de alta intensidade e muita cobrança. A metodologia do treinador, moderna, agrada aos atletas e é um dos trunfos do interino junto à diretoria do clube.
Com apenas três gols sofridos em cinco jogos, o desempenho defensivo do Flamengo sob o comando de Barbieri agrada, e, para o técnico, a explicação passa pela contribuição de todo time, dos zagueiros aos atacantes.
- É o jogo da equipe toda. Se repararmos bem, começa lá na frente. O Dourado tem se dedicado muito para pressionar os zagueiros adversários e os próprios meias. Essa boa marcação e organização defensiva que temos é fruto do trabalho de todos. Os jogos têm demonstrado isso. Se não me engano, estamos há três partidas sem tomarmos gol, que é um feito importante. Isso demonstra o trabalho coletivo da equipe, de todos entenderem que precisam ajudar tanto na marcação quanto na fase de construção do jogo - finalizou.