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Mauricio Luz
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 17/04/2025
00:30
Atualizado há 12 horas
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O técnico Filipe Luís manteve os pés no chão após a goleada por 6 a 0 do Flamengo sobre o Juventude nesta quarta-feira (16), pela quarta rodada do Brasileirão. Em entrevista coletiva após a partida no Maracanã, o treinador celebrou a vitória e a eficácia da equipe, mas afirmou não se iludir com o resultado e ter coisas a melhorar.

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— Estou muito feliz, pela vitória e eficácia que vocês cobram tanto em todas as coletivas. Sempre falo que tem dias que a bola vai entrar como ninguém espera e outros que não vai entrar. Isso é futebol. Os jogadores têm esse poder ofensivo. Mas não me iludo com resultado. Sempre que analiso tento colocar o resultado de lado, independente da vitória ou da derrota — analisou Filipe.

— Hoje, os gols que fizemos cedo nos deram essa confiança. São muitas coisas que sei que fizemos bem e muitas que não fizemos bem. O resultado elástico é maravilhoso para o torcedor e para a confiança do jogador, mas o treinador tem muitas coisas a corrigir dessa partida. Principalmente no primeiro tempo. Fizemos coisas que temos que melhorar — completou o treinador.

Recuperação de Pedro

Filipe Luís foi questionado sobre Pedro, que se recuperou de lesão no ligamento do joelho e voltou aos gramados sete meses depois. Diante do Juventude, o camisa 9 marcou os primeiros dois gols desde o retorno. Segundo o técnico do Flamengo, o processo de recuperação foi planejado pelo departamento médico, e a avaliação física fica por contra dos especialistas.

— Os médicos que planejam os lesionados. Eu pego os jogadores que estão saudáveis. O que eu sei é que na lesão anterior o Pedro voltou em seis meses. Desta vez, em sete. Os dados o doutor pode falar melhor do que eu, mas são mais do que seguros para nos dar a confiança de colocá-lo no campo. Claro que falta ritmo e algumas coisas que ele vai pegar com a minutagem em campo. Não sei ainda, acho que não posso usá-lo de titular. Tem de ter uma progressão, não sei. Agora, que os jogadores estão sujeitos a terem nova lesão, não só ele. Todos que pisam no campo têm risco de arrebentar o joelho. De todos os times do campeonato. Não queremos que aconteça com ninguém, mas futebol é risco. Quem entra no campo está correndo esse risco. Eu mesmo quebrei as duas pernas e estou aqui — comentou Filipe.

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Outras respostas de Filipe Luís após Flamengo x Juventude

Público baixo e preço dos ingressos

— O que eu mais quero é que o nosso torcedor nos leve e nos empurre, lote o Maracanã. É um assunto que não é meu, é da diretoria, não tenho nada a ver com isso. É claro que eu e todos os jogadores trabalhamos sempre pelo torcedor. É o que nos move a jogar futebol. Primeiro pelo nosso amor, mas o que mais nos motiva é fazer um gol e o estádio todo cantar seu nome. É isso que mais queremos. A única coisa que peço é que a torcida nos apoie. Eles sabem como o Maraca faz a festa. Você falou bem que sou um eterno torcedor, mas nunca pude participar no Maracanã antigo. Nunca pisei. Queria muito ter vivido isso como torcedor do Flamengo. Queremos muito que o torcedor nos acompanhe. Precisamos muito deles no estádio para performar. Os jogadores se motivam muito mais quando a festa é linda da torcida.

Méritos na goleada

— Não tenho problema em assumir meus erros. Hoje aconteceram coisas ao longo do jogo que o plano não foi totalmente perfeito, na parte da defesa principalmente. Os jogadores tiveram uma noite muito feliz, foram muito superiores, confiança lá em cima, o plano realmente ajudou e eles encontraram os espaços. Machucaram muito a defesa do Juventude de uma forma mais leve, comparando com aquela derrota, hoje três jogadores saíram, como naquele jogo. Segundo vocês, o Central Córdoba era um adversário muito inferior. Serve de aprendizado para todos que no futebol não é fácil. A diferença é que os jogadores têm uma ambição e fome muito grandes. Noto no dia a dia com as perguntas que fazem, porque não querem entrar em campo com dúvidas. Como fizemos gol cedo de bola parada, eles se sentiram mais confortáveis, o Juventude cada vez menos e nos deu esse resultado elástico. Para o Pedro, Danilo, Arrascaeta. É importante que essas vitórias venham e nos aproximem desse jogo que queremos.

Aprendizados da derrota para o Central Córdoba

— Bom que você me lembre desse jogo porque eu não vou esquecer. Pelo visto vocês também não. É um aprendizado e temos de lembrar sempre para os jogadores. Sempre. A derrota está aí. Se você não estiver no melhor dia, a derrota vai aparecer. Só não concordo com a mudança de atitude, porque aquela partida nós tivemos duas chances claras para fazer o 1 a 0 e a bola não entrou. Hoje entrou. Isso dá uma confiança grande. A diferença é que naquele dia, levamos o gol e em seguida o treinador errou. Hoje a bola entrou e os jogadores cada vez mais confortáveis. Não concordo contigo na mudança de atitude. O resto, de que foi um aprendizado, não tenha dúvidas. A derrota machuca, mas ensina muito.

Intensidade e jogadores à disposição

— Uma das coisas que bato muito na tecla e luto é que o time não baixe o ritmo. Que continue com o ritmo e intensidades altos, pressionando o tempo todo. Existem alguns jogadores que estão voltando e não conseguem manter o ritmo durante os 90 minutos. Mas as peças no banco, e com o elenco todo disponível, são extraordinárias. Eu amo ter essa dor de cabeça, ver jogador bravo comigo porque não joga. Isso quer dizer que tenho o elenco todo disponível. Eles fazem a intensidade aumentar porque o jogador que entra quer fazer gol, dar assistência, pressiona, luta e continua jogando bem com bola. Mantém o nível de intensidade da equipe. O elenco faz essa diferença e uma das coisas que peço muito é que o time nunca baixe o ritmo, mesmo com 2, 3 a 0. Eles fazem isso e vem comprando essa ideia.

Lesão de Alex Sandro

— Não acho que é a mesma lesão do Carioca, mas falei com ele rapidamente. Ele falou que foi muito leve. Vamos esperar o exame para ver exatamente o que aconteceu, é um jogador muito importante, fundamental.

Arrascaeta

— O planejamento físico de um jogador que volta de lesão, uma operação no joelho, fica dois meses e meio parado, descondiciona, a perna atrofia. Tem uma volta, um retorno. No Carioca, demos a minutagem sem sobrecarregar para ele recuperar aos poucos o peso normal, a força. Somando treinos aquisitivos para recuperar a forma física. É questão de tempo. Com jogos e treinos vai melhorando. Uma das coisas que ele tem de bom é que ele se cuida, gosta de treinar, treina com muita intensidade, todos os treinos sérios. Aquece sério, faz trabalho de força na academia. O físico vai chegar. Quando o físico está bem, a minutagem vai dar a confiança necessária que o jogador perde quando fica fora. Hoje ele está perto do prime que a gente conhece. É um jogador muito diferente. Uma loucura vez o que ele faz nos treinos e jogos. É muito especial. Sobre a posição dele, são ajustes micros que a gente faz, mas não é de pisar na área, chegar mais perto. Ele tem números, te dá gols e assistências altos durante uma temporada. É um jogador que pisa na área, algo dele. Nos treinos você vê que está ali toda hora. Ele tem esse faro. É mais dele do que meu esse posicionamento.

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Desempenho ofensivo

— O jogo é um guia para a gente poder corrigir e melhorar a nossa equipe. Uma das coisas que falta realmente é a zona de finalização. O time chega, mas claro, as chances, quando os adversários se fecham, nunca são claras. E aí você tem que buscar recursos como cruzamento, chute e tudo mais. E claro que uma das coisas que temos, tínhamos e temos que continuar melhorando é esse terço final. Acho que eu vi uma entrevista do Seabra essa semana que ele fala sobre criar mecanismos e a gente faz isso, a gente leva o time até ali e depois dá mecanismos para que eles ocupem bem a área, para que eles entrem nos intervalos, para que eles ataquem o espaço e encontrem soluções por si só para poder resolver. Depois, a qualidade do jogador é que faz a diferença. Eu não posso nunca ter que fazer um treino e ensinar o jogador a chutar a bola do jeito que o Arrasca chutou hoje. É impossível, então eu levo ele até ali, eu crio a estrutura do mecanismo. Depois, a qualidade dele aparece e sobressai. E como eu disse também, tem dias que a gente vai ser mais feliz e outro dia vamos estar menos felizes na frente do gol, mas o importante é que o time mantenha a estrutura e a solidez, porque para mim é muito, muito importante que o time seja sólido na parte defensiva, que foi uma das coisas que a gente teve que melhorar no jogo da Libertadores.

Flamengo líder após quatro rodadas

— Uma maratona. Mas o que peço para eles é fácil: que hoje a noite comemorem. Não pode sair porque tem jogo sábado, mas que comemorem, esqueçam tudo e curtam a vitória. Porque não é fácil vencer. Curtam hoje e amanhã é Vasco. Vamos treinar com quem não jogou, sexta-feira vamos preparar o jogo e vamos para tentar fazer um grande jogo sábado. Não temos de pensar na rodada 30 ou na 38. Temos de pensar na próxima. É esse meu pensamento e que eles também consomem. É o dia a dia, partida a partida.

Gonzalo Plata

— É um jogador muito completo. É um tipo de jogador que apaixona o torcedor porque ele corre o jogo todo, ele luta, ele tem muita qualidade, ele joga muito bem pressionado. E ele não foi falso 9. Ele foi 9, um verdadeiro 9. Um 9 que tem que apoiar quando tem que apoiar, tem que atacar o espaço quando tem que atacar. E fez um excelente jogo. O difícil é deixar o Plata de fora. Isso é difícil. Então, às vezes, quando o cara é tão bom, o treinador tem que dar um jeito de colocar esse jogador. E por isso que eu falo que é muito bom essa dor de cabeça. Porque quando não começa o Plata, pode entrar no segundo tempo. Tem Luiz Araújo, tem Matheus Gonçalves que não jogou, e o Gérson. O Gérson pode jogar de volante, o Plata pode jogar de atacante e eu vou mexendo essas peças desse jeito para poderem jogar porque… como é que eu deixo fora? O Plata é muito bom. E aí eles brigam entre eles e eu também quebro a cabeça que quem sai ganhando com isso é o elenco.

Retorno de Danilo

— Não preciso nem falar do nível desse jogador, vocês viram hoje, vocês viram na Seleção, viram a carreira que ele fez, então dispensa comentários da qualidade que tem esse jogador. E você falou dos 104 passes que ele deu no jogo e 100 certos, mas quantos desses passes foram passes importantes para frente, que rompem linhas, passes que nos levam até a área do adversário? Isso são os passes que eu conto, não o número deles (de passes). Então é um jogador que escolhe o passe certo, a jogada certa, e isso para mim é muito importante, não escolhe a jogada mais difícil, escolhe a jogada certa. E além de tudo isso, é um líder, um cara que tem comportamento de líder, de capitão, um cara que se comporta com uma liderança natural e contagia muitos companheiros, então esses caras é muito bom ter como jogador.

Opções de meias do Flamengo

— Você citou o jogo contra Internacional. Eu joguei sem meias? Não, eu não tinha meias. Ou seja, vocês falam: que meias eu tenho no plantel? Arrasca, Gerson e Plata. São os três jogadores. Quem faz a meia? Luiz Araujo faz a meia. Matheus Gonçalves pode fazer a meia. E aí? Quem mais faz a meia? Aí eu joguei sem meias? Sim, sim. E quem eu coloco na meia? Então, tem coisas que o treinador faz porque inventa, um ataque de treinador que eu chamo. A gente acha que vai ganhar de uma forma. A gente inventa, bota quatro atacantes. E tem outras coisas que não tinha esses jogadores disponíveis para colocar na equipe. Os três, Gerson, Arrasca e Plata, e aí eu montei, elaborei um plano de jogo onde eu achava que poderia dar resultado e fizemos um jogo superior ao do Inter, finalizamos mais, tivemos mais chances e não vencemos. Não importa, é futebol, meu trabalho é esse, é achar soluções para a equipe dentro desse quebra-cabeças que eu tenho que montar e deixar o time mais fluido possível. Quando o time está com todos os jogadores disponíveis é mais fácil. Quando tem lesões, quando tem jogadores nas seleções, claro que é mais difícil de montar esse quebra-cabeça, mas é meu trabalho e eu gosto, eu aproveito, eu desfruto.

Substituições

— Aquele dia (derrota para o Deportivo Córdoba), tem jogadores que não estão em condições de jogar os 90 minutos. Então, prefiro deixá-los como opção no banco. O risco de colocá-los no campo toda semana é o que aconteceu com o Alex Sandro hoje. É um risco que eu corro, às vezes escolho correr, às vezes escolho preservar. Mas não foi esse o motivo de perder para o Córdoba. As críticas são justas, não por poupar, mas pelo plano de jogo, que foi errado. Não tenho problema em reconhecer. Vão acontrecer outros que vão dar errado, talvez a gente perca também ou talvez os jogadores ganhem dentro de campo. Não tenho problema em ser criticado, vaiado, que a torcida me cobre. Sei como é esse clube e vivo bem com isso. O problema desse trabalho é que eu gosto até quando dá errado e quando tem crise. Eu gosto, desfruto, melhoro, cresço. É assim que vivo. Claro que não é confortável ou agradável, mas é parte do meu trabalho. Não é mandar recado a ninguém, o que quero é vencer o jogo e chegar no nosso o objetivo de estar lá em cima no final do campeonato.

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Técnico do Flamengo, Filipe Luís cumprimenta Arrascaeta após gol do meia contra o Juventude (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
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