O Flamengo entrou em campo com uma ideia muito clara para encarar o Grêmio nesta primeira partida das quartas de final da Copa do Brasil: ficar com a bola e impedir que os gaúchos avançassem, marcando em cima. De fato, o Fla conseguiu ter um domínio imponente do confronto, mas não soube o que fazer com a bola em determinados instantes e poderia ter deixado a Arena até com uma boa vitória.
O Grêmio utilizou o chamado jogo reativo. Deixou o rubro-negro ficar com a bola e controlou as ações do meio de campo. Os comandados de Renato Gaúcho não marcaram tanto com a linha alta,, como de costume, e neutralizaram peças importantes da equipe, marcando em cima em cada espaço do campo como as descidas pelos flancos e o setor de criação: Diego Lucas Paquetá e Everton Ribeiro não conseguiram mostrar o melhor de sua performance. Desse estilo, impediu o Fla de criar grandes chances reais de gol.
Além disso, o Flamengo, sem saber o que fazer com a bola no primeiro tempo, viu o Grêmio ser letal. Em especial pelas pontas. As investidas em cima de Rodinei e Renê foram uma constância que não pode ser evitada pelo Rubro-Negro. Juntamente com isso, os pontas voltaram para marcar com menor eficiência. Marlos, por exemplo, fazia um bom jogo, mas foi facilmente driblado por Léo Moura - um uma jogada espetacular, que resultou no gol assinalado por Luan.
O Flamengo tentava ficar com a bola - com toque de bola e proteção de Paquetá, na maioria dos lances. No início de partida, sem ter como avançar, mesmo com a bola nos pés em quase 65% da partida, o Fla foi obrigado a recuar Paquetá para tentar dar a saída de bola qualificada. O jogo bem marcado, se tornou bem estudado, pelas duas partes, em especial para o Grêmio, que vencia sem sustos. Até que a insistência do Flamengo deu resultado. No abafa, saiu o gol. Poderia ter saído mais se não fosse alguns erros no último passe ou na última bola. O empate, após o gol de Lincoln, foi justo. Coroou o bom jogo.
Flamengo deixou o Grêmio desconfortável. Ficando com a bola e marcando em cima. Com muito menos posse de bola, o Tricolor era mais efetivo. Tanto que finalizou quase o dobro que o Rubro-Negro na primeira etapa. O Fla reverteu no segundo tempo e foi dominante. Grêmio sequer chutou ao gol.
No ataque, Uribe não foi o centroavante que a comissão técnica esperava. Atuação muito abaixo. Não soube fazer o pivô e ainda pouco atrapalhou a vida dos zagueiros. As laterais do Flamengo também estavam perdidas. Para destacar no jogo rubro-negro, o Grêmio pouco conseguiu se infiltrar pelo meio, com mais uma atuação sólida de Cuéllar e explorou muito as investidas, seja em Renê ou em Rodinei. Ajudando na marcação, Marlos não foi bem também. Diferentemente da boa presença no ataque. Inclusive, o domínio do Flamengo no segundo tempo, onde o Grêmio sequer finalizou, o Fla errou muito o último passe. O que poderia resolver a partida.
Também vale ressaltar a entrada de Vitinho. O reforço de R$ 45 milhões, melhorou muito as investidas do Flamengo e se apresenta como uma boa opção para fazer triangulações e para se infiltrar em defesas sólidas e bem postadas como era a do Grêmio. O confronto está totalmente em aberto. Para o segundo jogo, o Flamengo precisa realmente deixar o Grêmio desconfortável, como Barbieri queria. Porém, é preciso impedir que o rival fique com a bola e saber o que fazer com ela.
Essa é a missão de Maurício Barbieri para buscar a classificação para as semifinais da Copa do Brasil. E uma coisa ficou bem clara: com Maracanã cheio e precisando buscar o resultado, Vitinho deve ser a melhor opção para sair jogando. E o garoto Lincoln pode virar um nome para ser o centroavante.