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Flamengo se recusa a assinar repúdio da Libra ao presidente da Conmebol

Clubes que compõem liga emitiram nota contra a principal entidade do futebol sul-americano

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imagem cameraLuiz Eduardo Baptista, o BAP, assumiu a presidência do Flamengo para o ano de 2025 (Foto: Lance!)
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Marcio Dolzan
Rio de Janeiro (RJ)
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Lucas Borges
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 20/03/2025
12:28
Atualizado há 2 horas

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O Flamengo optou por não assinar a nota de repúdio feita por clubes da Libra a Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol. O mandatário foi amplamente criticado ao comparar a possível ausência de brasileiros na Libertadores à relação entre o personagem Tarzan e a chimpanzé Chita, o que levou à correlação das equipes filiadas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao animal, em cunho racista.

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A recusa se deu em meio à guerra vivida pelo Rubro-Negro e pela liga de clubes, gerada por discordâncias no acordo televisivo de partidas. A diretoria carioca vendeu, de forma separada, os direitos internacionais, e solicitou a mudança de critérios na divisão monetária, além de ter recebido, de forma conjunta, membros da Libra e da Liga Forte União (LFU) em busca de associação com ambas.

Posteriormente, o próprio Flamengo também emitiu uma nota. No texto, o clube explicou a ausência de sua assinatura, mas reafirmou a necessidade de luta contra os casos de racismo.

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👀 Veja abaixo a nota:

"O Flamengo luta contra qualquer forma de racismo e discriminação há muito tempo e reafirma seu compromisso no combate estrutural ao racismo no futebol e na sociedade. No entanto, entendemos que as relações institucionais com a Conmebol devam ser conduzidas pela CBF, entidade que representa oficialmente os clubes brasileiros nos torneios sul-americanos.

No Flamengo, o combate ao racismo vai muito além do discurso. Além do manual interno de Combate ao Racismo, finalizamos os ajustes jurídicos para incluir em nosso estatuto uma cláusula antirracismo. O Flamengo tem plena consciência de sua enorme responsabilidade social e busca, todos os dias, ações estruturais que tragam impacto positivo real para o futebol e para a sociedade."

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A aspa de Domínguez teve origem em meio à polêmica dos casos recorrentes de injúria racial em partidas de times do Brasil contra adversários de outros países da América do Sul. O estopim se deu quando Luighi, do Palmeiras, foi ofendido por torcedores do Cerro Porteño-PAR em partida da Libertadores Sub-20; a presidente do Verdão, Leila Pereira, cobrou medidas firmes por parte da entidade continental e sugeriu uma possível filiação à Concacaf, que cuida dos clubes centro e norte-americanos.

Três dias após o ocorrido no Paraguai, a Conmebol divulgou a punição ao Cerro: multa de US$ 50 mil (R$ 283,2 mil na cotação atual) e portões fechados pelo resto da competição de base, além de uma campanha antirracista através de suas redes sociais.

➡️ Sorteio da Libertadores: presidente da Conmebol faz apelo sobre racismo e cita Luighi

Ainda assim, a decisão não agradou Leila, que não viajou para o sorteio da Libertadores e da Sul-Americana, onde Domínguez emitiu a fala controversa. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, também optou por boicotar o evento, realizado justamente em Luque-PAR (sede do órgão primário do futebol continental) como forma de protesto.

📝 Veja a nota de repúdio da Libra, não assinada pelo Flamengo

"Os clubes brasileiros Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Vitória, Ferroviária, Paysandu, Remo, Volta Redonda, ABC, Brusque, Guarani e Sampaio Corrêa - membros da LiBRA - vêm a público manifestar seu profundo repúdio às declarações do presidente da CONMEBOL, Alejandro Domínguez, que, ao comparar a possível ausência das equipes brasileiras na Copa Libertadores a "Tarzan sem Chita", utilizou uma analogia de evidente cunho racista e preconceituoso. 

A gravíssima declaração de Dominguez traz à tona o evidente preconceito enraizado no ambiente do futebol, reforça estereótipos racistas, perpetua a desumanização de pessoas negras, além de demonstrar total insensibilidade em relação a temas de extrema urgência, como o combate ao racismo e a promoção da diversidade no futebol. 

Os clubes brasileiros reafirmam seu compromisso com a luta contra o racismo e com a promoção de um futebol inclusivo e respeitoso. Não aceitaremos calados nenhum tipo de discriminação, seja em campo, nas arquibancadas ou nas declarações de dirigentes. 

Atlético-MG  
Bahia  
Grêmio  
Palmeiras  
Red Bull Bragantino  
Santos  
São Paulo  
Vitória  
Ferroviária 
Paysandu 
Remo 
Volta Redonda 
ABC 
Brusque 
Guarani

Sampaio Corrêa"

Luiz Eduardo Baptista BAP - Flamengo
Flamengo, presidido por BAP, não assinou nota da Libra contra a Conmebol (Foto: Divulgação/Flamengo)

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