O que acontece? Grupo multicampeão do Flamengo passa a ficar marcado por cinco vices consecutivos

Rubro-Negro não conseguiu reverter a vantagem do Fluminense na final do Carioca e, no jogo da volta, neste sábado, empatou em 1 a 1. No agregado, perdeu por 3 a 1

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A rotina da atual geração do Flamengo de dar voltas olímpicas tem esvaído. Hoje, o elenco estrelado com Gabigol, Arrascaeta e companhia amarga o quinto vice em um intervalo de cinco meses, sendo o segundo consecutivo para o Fluminense, campeão da Taça Guanabara, por pontos corridos, e do Campeonato Carioca, após vencer a final em 3 a 1 no placar agregado.

Os três anteriores foram os vice-campeonatos da Libertadores, em novembro, do Brasileiro, em dezembro, e da Supercopa do Brasil, em fevereiro deste ano. Palmeiras e Atlético-MG foram os vencedores nos respectivos torneios. O LANCE! aborda itens que têm influenciado para os revezes do Rubro-Negro.

Assim que pisou no Ninho do Urubu, Paulo Sousa detectou uma necessidade de mais ambição ao grupo do Flamengo, que conquistou 12 taças de 2019 a maio de 2021, mas vinha de uma frustrante derrota na final da Libertadores e uma campanha aquém na reta final do Brasileirão. A falta de "fome" passou a ser a tônica dos debates.

- Sobretudo, como parece a mim, é que nosso elenco, individualmente, tem que dar um passo diferente. Ou seja, é uma equipe que já tem alguns anos, há quatro anos, construiu vitórias importantes pela qualidade e pelo talento. E, hoje, em termos de espírito, é uma equipe que tem que ter a mesma fome de conquistar do que teve no início desta construção deste elenco - falou o Mister, ainda em janeiro.

O trabalho de Paulo Sousa está longe de ser convincente. As suas metodologias não têm dado "química" com o plantel, como Filipe Luís sublinhou recentemente. Mas as constantes mudanças de comando, desde a saída de Jorge Jesus, e desgaste entre comissões técnicas e jogadores têm sido fatores que deságuam em insucessos nos torneios recentes.

Paulo Sousa no jogo deste sábado (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Os treinadores que chegaram apresentaram perfis diferentes. Assim, os jogadores, consequentemente, precisam de tempo para se adaptarem às novas filosofias dos novos trabalhos.

Domènec Torrent, que substituiu o Mister, mudou drasticamente o Flamengo. Sob o comando do espanhol, o time jogou com dois pontas e com as linhas mais baixas - assim, apostava bastante em contra-ataques.

Com Ceni, uma mudança que chamou a atenção foi trazer Willian Arão para a função de zagueiro para apostar em Diego como volante, ao lado de Gerson. Ademais, foi um time que se propôs a ter mais a posse de bola. Entretanto, o Rubro-Negro também ficou marcado por levar muitos gols.

Já a passagem de Renato é lembrada por críticas acerca da questão tática. Nos primeiros jogos, o Flamengo se mostrou uma equipe dominante dentro de campo e que marcava muitos gols. Contudo, o trabalho enfrentou oscilações e terminou em baixa, com os vices do Brasileirão e Libertadores, além de uma dura eliminação na semifinal da Copa do Brasil. Em janeiro deste ano, em entrevista ao "BarbaCast", o goleiro César admitiu que o trabalho deixava a desejar na questão tática.

Agora, com a Libertadores e o Brasileiro batendo à porta, a missão de Paulo Sousa é reunir os cacos e, além de trabalhar o lado mental dos jogadores, buscar respaldo da diretoria para dar a volta por cima e conseguir fazer a engrenagem funcionar o mais rapidamente possível, superando os vices recentes.

Pois, como o próprio português já sublinhou, a "cultura da vitória" é essencial para a continuidade de um trabalho no futebol brasileiro. 

VEJA A LISTA DE TÍTULOS DO FLAMENGO ENTRE 2019 E 2021

Internacionais:
Taça Libertadores da América - 2019
Recopa Sul-Americana - 2020

Nacionais:
Campeonato Brasileiro - 2019 e 2020
Supercopa do Brasil - 2020 e 2021

Estaduais:
Campeonato Carioca - 2019, 2020 e 2021
Taça Guanabara - 2020 e 2021
Taça Rio - 2019

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