Guerrero: saída ‘desconfortável’ do Corinthians perto de se repetir no Fla
Em 2015, camisa 9 pediu e foi dispensado pelo clube paulista semanas antes do fim de seu contrato. Na Gávea, mágoa pelo caso de doping e impasse financeiro impedem o "fico"
A despedida de Paolo Guerrero da Gávea está cada vez mais próxima. Apesar da insistência da diretoria do Flamengo em tentar a renovação com o atleta, o acerto entre as partes é improvável e tem prazo curto para ser costurado: 10 de agosto, sexta-feira, quando o vínculo do camisa 9 chegará ao fim. Desta forma, o centroavante, querido pela Nação, pode dar adeus ao Rubro-Negro de forma "desconfortável", assim como aconteceu com o Corinthians há três anos.
Autor do gol do título mundial de 2012, Guerrero tornou-se ídolo da torcida do Corinthians. Porém, teve uma saída conturbada do clube em 2015. O atacante, que chegou a dizer que não defenderia outro time brasileiro, não teve a oferta aceita pela diretoria. A contra-proposta feita pelo clube, presidido na época por Roberto de Andrade. foi abaixo da feita pelo jogador, e também não foi aceita.
Desta forma, semanas antes do fim de seu vínculo - válido até 30 de junho de 2015 -, o peruano pediu para ser liberado. A solicitação, dias após o atleta ser chamado de "mercenário" por parte da torcida na Arena Corinthians, foi aceita pela direção. Guerrero alegou estar vivendo um momento de "desconforto" no clube, sendo liberado dos treinos dias antes de um clássico contra o Palmeiras.
Dois dias depois, em 29 de maio de 2015, o Flamengo anunciou a chegada de Paolo Guerrero, que só se apresentou na Gávea em julho, após disputar pelo Peru a Copa América, realizada no Chile e conquistada pela seleção da casa.
Por coincidência, a seleção peruana está envolvida no início dos "atritos" entre Guerrero e Flamengo. Flagrado em exame antidoping em novembro de 2017, em partida pelas Eliminatórias Sul-Americanas para o Mundial da Rússia, o atacante cumpriu seis meses suspensão entre dezembro de 2017 e maio de 2018. O Fla, cumprindo a recomendação jurídica, suspendeu o contrato do jogador, não realizando o pagamentos dos salários referentes a esse período.
Em maio, o camisa 9 voltou a defender a camisa do Rubro-Negro, mas estava com o foco voltado para a disputa da Copa do Mundo, a qual conseguiu atuar sob a força de uma liminar do Tribunal Federal Suíço. O caso de doping ainda não chegou ao fim, mas a última decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) foi de aumentar a pena do atleta para 14 meses. A defesa do jogador recorreu e pede a absolvição do jogador de 34 anos, que já cumpriu seis meses de pena.
As conversas pela renovação iniciaram-se ainda no ano passado, mas foram paralisadas com o futuro do atacante indefinido por conta do caso de doping. Depois, o fato do clube em não arcar com os salários durante a punição não agradou Guerrero, que pediu o pagamento retroativo durante as tratativas.
Oficialmente, a diretoria do Flamengo diz manter as conversas pelo acerto, destacando a qualidade e o profissionalismo do camisa 9, mas um acordo parece estar distante. Guerrero pediu a renovação por três temporadas e manutenção do salário, enquanto o clube da Gávea trabalha com valores menores e um vínculo de menor duração. O desfecho será até sexta-feira.
Na última semana, Guerrero realizou exames de imagem que constataram uma lesão na coxa esquerda. Assim, ficou no Rio de Janeiro enquanto o elenco foi a Porto Alegre para duas partidas contra o Grêmio - empate em 1 a 1 pela Copa do Brasil, derrota por 2 a 0 pelo Brasileirão. Se tivesse entrado em campo no segundo confronto, chegaria a sete jogos pelo Flamengo no Campeonato, não podendo defender outra equipe da Série A em 2018. Ainda nesta terça-feira, o jogador não participou da atividade no Ninho do Urubu e não deve ser opção para Maurício Barbieri diante o Cruzeiro, pela Libertadores O duelo de quarta, no Maracanã, é o último antes do fim do atual contrato de Guerrero com o Fla.