LANCE! relembra histórico de Fla e Cruzeiro na Copa do Brasil. É hora do tira-teima

Multicampeões por Fla e Cruzeiro, respectivamente, Sávio e Fabinho falam sobre a decisão

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Flamengo e Cruzeiro começam a decidir a Copa do Brasil na quinta-feira, às 21h45, no Maracanã. Finalista pela sétima vez, o Rubro-Negro jamais perdeu em um jogo de ida nas finais da competição. Com o mesmo número de decisões, a Raposa acabou derrotada no primeiro duelo decisivo em apenas uma ocasião. Isso ocorreu em 2014, e logo diante do rival Atlético-MG
(revés por 1 a 0 no Independência).

Em 2003, quando as equipes disputaram o título, empate em 1 a 1 no confronto de ida, no Rio de Janeiro. O Cruzeiro contava com nomes como Alex, Deivid, Gomes e Aristizábal, e chegou à final com pinta de favorito. Já o Flamengo depositava suas fichas em uma equipe competitiva, que tinha nomes como o veterano Athirson, o craque Felipe e o atacante Fernando Baiano. Em campo, após Aristizábal servir, Alex, de letra, mandou para o fundo da rede e abriu o placar já na etapa final. O gosto da vitória celeste só foi tirado nos acréscimos. Fernando Baiano mostrou oportunismo e garantiu o empate em 1 a 1 da equipe comandada por Nelsinho Baptista.

No jogo de volta, porém, a equipe de Vanderlei Luxemburgo não deu chances. Deivid, Aristizábal e Luisão anotaram para a Raposa. Fernando Baiano diminuiu: 3 a 1 no fim do jogo e volta olímpica celeste com uma das taças da Tríplice Coroa.

Com quatro conquistas da Copa do Brasil – uma a mais do que o Flamengo –, os mineiros perdem apenas para o Grêmio, maior vencedor da competição, com cinco troféus.

O troco rubro-negro em 2013. Com um time avassalador no Brasileirão, o Cruzeiro iniciava sua trajetória na Copa do Brasil depositando suas fichas em nomes como Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Júlio Baptista. Já o Flamengo tinha como destaque o craque Elias e nomes como André Santos, Chicão e Carlos Eduardo.

Na primeira partida, a equipe celeste comprovou seu amplo domínio em campo e venceu por 2 a 1, gols de Willian e Everton Ribeiro. A festa no Mineirão só não foi completa porque, no finzinho, o Flamengo diminuiu com Carlos Eduardo.

No jogo de volta no Maracanã, o Flamengo, comandado à época por Mano Menezes, abusou de perder chances. Até que, aos 43 minutos do 2 tempo, Paulinho cruzou de direita e Elias, que jogou no sacrifício, mandou para o fundo da rede: era o 1 a 0, que garantia a vaga para a próxima fase, no ano em que a equipe foi campeã do torneio.

"Os jogos contra o Cruzeiro sempre foram muito difíceis", Sávio

Sávio relembra confrontos diante do Cruzeiro: "Cruzeiro e Flamengo é sempre sinônimo de jogo forte, disputado. Além dos confrontos de 1995 e 1996 aos quais pude defender o Rubro-Negro, acompanhei a decisão de 2003 e as oitavas de final em 2013. Aquela edição de 95 foi um momento da minha afirmação. Fui artilheiro do torneio, com sete gols. Acabamos não indo até o fim da competição, mas era uma equipe muito forte, com um bom trabalho do Vanderlei Luxemburgo. Merecíamos ir mais longe.

Os jogos contra o Cruzeiro sempre foram muito difíceis, dois times de muita força. Mas tenho esta lembrança de ter feito gols nesta época. Para esta decisão, cada equipe conhece bem a melhor maneira de jogar"

"São dois times de chegada, gigantes em decisões"

Fabinho, campeão da Copa do Brasil em 1996: "São times de pegada. Crescem em decisões!"

"Joguei este clássico pela Copa do Brasil em 1996. Vínhamos de uma goleada de 6 a 2 sobre o Vasco e encaramos o Flamengo na semifinal em dois grandes jogos. Conseguimos avançar à final. Agora não será diferente. Vai ser uma final muito disputada, porque são dois times de chegada, gigantes em decisões.

O Cruzeiro é um time copeiro, que sempre vem a mil para uma final. Já o Flamengo também sabe ser forte nestas competições e conta com um time de massa. Além disto, dispõe de um elenco forte, tem jogadores acostumados com decisões, e seu técnico vem encaixando muito bem os seus jogadores, como o Cuéllar e o Berrío."

AS OUTRAS FINAIS DO FLAMENGO

1990 (campeão)

Tendo o veterano Júnior como referência, o Fla tinha uma equipe marcada pela diversidade. Além de remanescentes do título nacional de 1987, como Zé Carlos, Leonardo, Aílton, Zinho e Renato Gaúcho, chegaram reforços como Bobô e Gaúcho, e atletas promissores, como o zagueiro Rogério, o ponta Piá e
os meias Nélio e Marcelinho Carioca. No jogo de ida da final contra o Goiás, vitória rubro-negra: após cobrança de falta de Djalminha, Fernando subiu para garantir 1 a 0. No duelo de volta, a equipe de Jair Pereira garantiu o empate em 0 a 0 e a volta olímpica no Serra Dourada.

1997 (vice)

De um lado, um Flamengo que tinha como destaque a dupla de ataque Romário e Sávio e nomes como Júnior Baiano, Nélio e Lúcio. Do outro, o Grêmio com remanescentes do título da Libertadores-1995, casos de Arce, Rivarola, Carlos Miguel e Paulo Nunes. Na ida: o a o no Olímpico. No Maracanã, João Antônio abriu o placar para o Grêmio. Lúcio, substituto de Sávio, igualou o placar. A virada veio com Romário. Mas, de tanto pressionar, o Grêmio chegou ao empate com Carlos Miguel , decretou 2 a 2 e trocou o grito de “ah, eu tô maluco” dos rubro-negros pelo “ah, eu sou gaúcho” dos gremistas.

2004 (vice)

O Fla chegou à final como franco favorito. Além de ser campeão carioca daquele ano, seu elenco trazia o meia Felipe, o goleiro Júlio César, e nomes como Jean, Ibson e Fabiano Eller.

O adversário era o Santo André. No Estádio Palestra Itália, Roger abriu o placar para o Fla, mas levou a virada com Oscar e Ramalho. Athirson garantiu o 2 a 2. No jogo de volta, no Maracanã, o Santo André surpreendeu com gols de Sandro Gaúcho e Élvis. O Ramalhão fazia a festa.

2006 (campeão)

O Flamengo encarou seu maior rival, o Vasco, na final da Copa do Brasil. Sob o comando de Ney Franco (ex-treinador do Ipatinga e que substituíra Waldemar Lemos na final do torneio) o time, que depositava suas fichas em Renato Augusto e em nomes como Léo Moura, Renato Abreu, Jônatas e na dupla de ataque formada por Obina e Luizão, não deu chances.

No primeiro duelo, Obina e Luizão garantiram os 2 a 0. No jogo da volta, também no Maracanã, uma batida rasteira de Juan garantiu o título com o 1 a 0 sobre o Vasco.

2013 (campeão)

O Fla voltou a uma final de Copa do Brasil para fazer um duelo de rubro-negros. Sob comando de Jayme de Almeida (substituto de Mano Menezes), a equipe tinha como destaque Hernane Brocador, Elias e Léo Moura.

Do outro lado, vinha o aguerrido Atlético-PR, liderado por Paulo Baier e com nomes como Weverton, Marcelo Cirino e Ederson. Realizado na Vila Capanema, o primeiro jogo foi marcado pelo equilíbrio. O Furacão abriu o placar, após uma bomba de Marcelo Cirino. Porém, o Fla respondeu da mesma forma: o volante Amaral encheu o pé e decretou o empate em 1 a 1.

Mesmo com a vantagem do empate sem gols, o Flamengo tomou as rédeas da final, no Maracanã. Luiz Antônio e Carlos Eduardo tiveram boas chances, mas os gols do título vieram apenas na reta final: Paulinho passou por um marcador, e serviu Elias, que estufou a rede aos 40. Nos acréscimos, Luiz Antônio serviu Hernane, que definiu a vitória por 2 a 0.

AS OUTRAS FINAIS DA RAPOSA

1993 (campeão)

Tendo como estrelas Boiadeiro e Roberto Gaúcho, ao lado de Nonato, Cleisson, Paulo Roberto e Célio Lúcio, o Cruzeiro encarou o competitivo Grêmio. Empate sem gols no duelo inicial. Na volta, Roberto Gaúcho e Cleisson anotaram para os anfitriões; Pingo descontou.

1996 (campeão)

Marcelo Ramos era a esperança cruzeirense. Do outro lado, o Palmeiras, com Luizão, Rivaldo e Elivélton. No Mineirão, 1 a 1, gols de Claudio e Marcelo Ramos. Na volta, em São Paulo, Luizão abriu o placar. Mas, em cochilada da defesa alviverde, Roberto Gaúcho igualou. Na etapa final, Roberto Gaúcho cruzou e, após falha de Velloso, Marcelo Ramos decretou o 2 a 1.

1998 (vice)

O Cruzeiro mantinha campeões da Copa do Brasil-1996, como Marcelo Ramos e Paulo César, mas tinha novidades em seu elenco: o experiente Wilson Gottardo e o promissor Fábio Júnior. Novamente, o Palmeiras na final. Superior, a Raposa venceu o primeiro jogo, com gol de Fábio Jr. No jogo da volta, Paulo Nunes e Oséas deram o título ao clube paulista.

2000 (campeão)

Comandado por Marco Aurélio, o Cruzeiro confiava na dupla Oséas e Geovanni. O adversário era o São Paulo que, com Rogério Ceni, Raí, Marcelinho Paraíba e França, queria seu título inédito. No primeiro jogo: 0 a 0. No Mineirão, o Tricolor paulista abriu o marcador com Marcelinho Paraíba na etapa final. Mas Fábio Jr. e Geovanni, deram o título para os mineiros.

2014 (vice)

Voando no Brasileirão, o Cruzeiro de Everton Ribeiro chegava a mais uma final. O adversário era o rival Atlético-MG. No primeiro duelo, a Raposa não teve chance. Avassalador no Independência, o Galo venceu com gols de Luan e Dátolo. No Mineirão, nova vitória por 1 a 0, gol de Diego Tardelli.

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