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Luiz Gomes: O que espera o Fla no Mundial? Já dá para entrar no clima

'É começar pelo começo, deixar o Liverpool em segundo plano. O adversário da semifinal ainda está indefinido. Sairá do confronto entre o Al Hilal (ARA) e o Espérance (TUN)'

Flamengo x River Plate - Campeão
imagem cameraFla conquistou a Libertadores no sábado e vai estrear no Mundial em 17 de dezembro (Foto: Luka Gonzales/ AFP)
Dia 25/11/2019
16:02
Atualizado em 26/11/2019
10:01

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Vamos em frente. A Libertadores está conquistada, o Brasileirão confirmado quatro rodadas antes do fim. A festa teve o tamanho de tudo isso. Completamente merecida. Mas agora é olhar adiante e o tempo é curto: o Mundial de Clubes está aí, a hora agora é de entrar no clima, faltam pouco mais de 15 dias para a bola rolar no Qatar.

Mas o que é entrar no clima?

É começar pelo começo, deixar o Liverpool em segundo plano. O adversário do rubro-negro no jogo da semifinal ainda está indefinido. Sairá do confronto entre o Al Hilal, da Arábia Saudita, e o Espérance, da Tunísia. Qualquer que seja o vencedor, contudo, precisa ser encarado com respeito, não dá para entrar em campo achando que é apenas uma questão de cumprir a tabela.

O Al Hilal é o campeão da Copa da Ásia, o último dos clubes classificados para o Mundial, também no fim de semana passado. Se para a maior parte dos torcedores o time é um mistério, para Jorge Jesus é um velho conhecido: o clube foi dirigido pelo técnico português, no começo deste ano, antes de mudar-se para o Brasil. Também tem ao menos um nome familiar ao torcedor Rubro-Negro, o volante colombiano Cuellar, além de jogadores com passagem por seleções europeias e sul-americanas como o atacante francês Gomis, ex-Lyon, o também atacante italiano Giovinco, ex-Juventus e o meia peruano André Carrillo, vice-campeão da Copa América deste ano.

O Espérance, atual bicampeão africano, disputa pela quarta-vez o Mundial da Fifa. O clube é um dos maiores papa-títulos do futebol no continente, tendo conquistado 28 vezes o campeonato tunisiano, 15 vezes a Taças da Tunísia, três vezes a Copa dos Campeões Árabes e quatro vezes a Liga dos Campeões da África. O time é formado basicamente por jogadores locais – foi a base da seleção tunisiana que disputou a Copa da Rússia, e vale muito mais pelo conjunto do que pela individualidade: a base do elenco é a mesmo nos últimos quatro anos.

É óbvio que o Flamengo é franco favorito. Experiências anteriores, contudo, indicam que precaução não faz mal a ninguém: vale lembrar que o Internacional, o Atlético Mineiro, o Atlético Nacional, da Colômbia e o próprio River Plate, rival do Fla na decisão de sábado na Libertadores, chegaram ao Mundial pensando na final com o campeão da Champions League e acabaram ficando pelo caminho, contentando-se com a disputa do terceiro lugar.

Desde que o Corinthians bateu o Chelsea em 2012, esta talvez seja a maior oportunidade de um clube brasileiro voltar a conquistar o planeta, quebrando a hegemonia europeia absoluta neste século. Mais do que pelos números, pela campanha espetacular no segundo semestre, quebrando recordes atrás de recordes, o Flamengo chega com chances reais pelo jeito com que tem jogado.

Ao impor o futebol da objetividade, da posse de bola, do toque curto, da marcação adiantada, da busca do gol do começo ao fim do jogo, Jorge Jesus deu ao Rubro-Negro ares de modernidade e um toque europeu. Ao rasgar a cartilha do chutão, da ligação direta, do jogar feio, apenas pra não tomar gol a espera de uma bola para fazer 1 a 0, o Mister recuperou a essência do futebol brasileiro para transformar, a seu modo, é claro, o futebol que o Fla joga.

O Liverpool não é o River. Os Reds lideram com folga a Premier League, oito pontos à frente dos rivais. O time continua no topo da lista dos melhores do planeta. Para fazer frente a essa força o Flamengo terá como obrigação jogar muito mais do que jogou contra os argentinos – Salah, Mané, Van Dijk, Firmino Alysson e companhia não desperdiçariam em situação normal lances que os hermanos jogaram fora nos 90 minutos em Lima.

Qualquer que seja o resultado do mundial do Qatar, o Fla terá de manter no ano que vem - e essa é a expectativa do agora insaciável torcedor rubro-negro - o mesmo padrão de excelência de 2019. Já tem assegurada a participação em pelo menos mais três torneios internacionais: a Recopa Sul-Americana, a Libertadores e a primeira Copa do Mundo de clubes da Fifa, a ser realizada na China, em 2021. Para tanto, há desafios imediatos: manter Gabigol e Jesus são os primeiros. Capítulos emocionantes dentro e fora do campo estão por vir.

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