Ninguém discute a capacidade de Muricy Ramalho. A questão está longe disto. O problema é que o novo treinador não suportará o modo da administração, que continuará elegendo a busca por recursos como prioridade absoluta, mas sobretudo os conceitos arraigados que sobrevivem no Flamengo, e que quase sempre são fatais para derrubar o futebol.
Exemplos? A mudança da partida contra o Coritiba para Brasília, no Brasileiro, e o “se deixar chegar...”, que chegou a ressuscitar no campeonato, episódios que ajudaram a levar o time definitivamente para o buraco. Enfrentando os paranaenses no Maracanã, o faturamento seria um pouco menor, mas a vitória, uma possibilidade real, manteria o Rubro-Negro no G4, entusiasmaria ainda mais a torcida.
Assim, a possibilidade de chegar à Libertadores lotaria o estádio nos jogos seguintes. E a vaga na competição continental, se obtida, traria ainda mais recursos, projetando um primeiro semestre com alguma fartura em 2016.
Muricy não conseguirá lidar com cartolas que não conhecem o futebol na essência, e como dito, e com o eterno “já ganhou”, normalmente descabido, que atrapalha qualquer planejamento. Como se não bastasse, as posições do novo velho presidente são de arrepiar: Estadual com time reserva, a disputa de um torneio – o tal Rio-Sul-Minas - sem qualquer importância, e pior, o enfrentamento quase pessoal com a Ferj e a CBF.
Diante de tudo isto, a fragilidade do elenco é o de menos. Muricy não suportará três meses de Flamengo. Quem viver verá.