OPINIÃO: Ser copeiro ou não ser, eis a questão do Flamengo
Exibições tão distintas no Brasileirão e nas Copas levantam o debate sobre a intensidade e a concentração nas diferente competições
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Um Flamengo a lá Hamlet. O estilo copeiro, que parece ter se iniciado com Dorival Júnior, mostra sinais de que segue com Sampaoli. O Rubro-Negro aparenta estar moldado aos jogos mais pesados. Prova disso é a intensidade e a concentração com a qual a equipe carioca joga determinadas partidas, principalmente aquelas de maior peso, onde o conjunto do técnico argentino é colocado à prova. E a partida contra o Grêmio pela semifinal da Copa do Brasil pareceu mais um exemplo deste perfil.
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O clube da Gávea veio de um empate ensosso diante do América-MG, no qual pareceu disperso por boa parte do jogo. O duelo contra o então lanterna do Campeonato Brasileiro despertou dúvidas sobre como o Flamengo se comportaria diante de um adversário cascudo em jogos mata-mata, um time comandado por um técnico acostumado a esses tipos de jogos. Afinal de contas, a marcha lenta contra o Coelho seria um sinal de cansaço, um ponto fora da curva? Ou mais uma prova de que o Rubro-Negro, atualmente, joga com mais fome nas Copas?
Contra o Grêmio, o Flamengo mostrou a intensidade que habitualmente tem em jogos de maior apelo (ou necessidade). Maior posse de bola, experiência para saber controlar o jogo em determinados momentos e chances relativas de matar o enfrentamento já no jogo de ida. O contraste com a partida do último sábado chama a atenção. Soma-se a isso o fato de que as exibições mais contundentes do Rubro-Negro aconteceram justamente nas Copas (do Brasil e da Libertadores). Para citar algumas, além da vitória contra o Imortal, os confrontos contra Fluminense e Athletico (neste com maior destaque para o primeiro jogo) no mata-mata nacional, e a goleada sobre o Aucas-EQU, pela Libertadores.
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Sampaoli soma apenas quatro derrotas no comando do clube, sendo todas no Brasileirão. Contra o Internacional, teve chances de vencer, mas sofreu um gol no fim que decretou a derrota. Diante do Botafogo, até se apresentou de forma razoável para bom, mas esbarrou em uma grande atuação de Lucas Perri, goleiro do rival. Contra o Athletico, viu falha do goleiro Santos pesar. Diante do Bragantino, sofreu um baile, onde pareceu ter sua partida de maior desinteresse e também a sua pior exibição com o comandante rubro-negro até aqui. Resultados que hoje interferem diretamente no distanciamento para o Botafogo, líder da competição.
Tais situações geram questionamentos quanto ao privilégio em relação as Copas. O torcedor rubro-negro parece não querer distinguir a intensidade x ou y para determinadas competições, principalmente no Brasileirão, menos viável no momento. Mas parece existir uma relativa tendência mais favorável do Flamengo aos embates de modelo mata-mata, mesmo que os atletas neguem a cada indagação. Será o formato? Seriam os desafios mais complicados? Ou um comportamento natural?
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Na próxima rodada do torneio de pontos corridos, o Flamengo encara o Atlético-MG fora de casa, talvez um duelo que dê uma resposta ao questionamento hamletiano aqui levantado. Depois disso, o Olimpia nas oitavas de final da Copa Libertadores. O discurso é de que não há preferência, mas a prática vem mostrando que o peso de determinadas partidas parece influenciar no comportamento dos jogadores. Aguardemos os próximos capítulos.
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