O Flamengo administrou a invasão dos torcedores ao Ninho do Urubu na base da conversa e não chamou a polícia. Oito membros de torcidas organizadas do clube entraram sem autorização do clube no centro de treinamento de Vargem Grande por volta das 10h20 desta segunda-feira e tiveram uma conversa com os jogadores.
O grupo de torcedores chegou cedo ao CT e aguardava na portaria para ter uma reunião com representantes do elenco ou com o diretor executivo Rodrigo Caetano. Um dos representantes das organizadas entrou em contato por telefone com Rodrigo Caetano e, insatisfeito, dizia que era necessário cobrar pela volta das vitórias.
- Não dá para perder para o Confiança com um a mais em campo. Sei que você (Rodrigo) não tem culpa, mas os jogadores não estão sentindo (a cobrança) - dizia o torcedor ao telefone.
Alguns minutos depois, o grupo invadiu o CT sem autorização do clube, acompanhado de perto por um segurança do Flamengo. Depois, a imprensa não conseguiu ver mais nada do que aconteceu. Porém, foi relatado que os torcedores aguardaram pelo fim do treino no campo para conversar com os atletas. Já os jogadores que estavam na academia pararam as atividades. Alguns deles - cinco - foram conversar com os membros das organizadas.
Entre os representes do elenco rubro-negro estava Wallace. O zagueiro contou, em entrevista coletiva, que não houve qualquer tipo de agressão física ou verbal, mas se mostrou insatisfeito e contrariado com o episódio. Ele contou que, inicialmente, os jogadores não sabiam que se tratava de uma invasão. O defensor disse também que os outros atletas passaram a acompanhar a conversa com os torcedores, com o passar do tempo.
- Quando olhei para atrás, estava todo o grupo do Flamengo. Isso mostra a nossa união. Infelizmente, os resultados não tem acontecido neste curto período, mas foi uma demonstração de que esta equipe tem muito a crescer - comentou o capitão rubro-negro.
O técnico Muricy Ramalho não acompanhou a conversa com os torcedores. Ao deixaram o Ninho do Urubu, por volta das 12h, os membros das organizadas disseram que foram apenas 'apoiar'. Antes de entrarem no local, porém, alguns deles diziam que era preciso cobrar, pacificamente, por melhores resultados.