Quem olha o Flamengo em campo parece estar vendo uma reprise de um jogo de 2017, com uma exceção: o seu treinador e o seu centroavante. Na temporada toda, o Rubro-Negro, até aqui, contratou apenas dois nomes: Marlos Moreno e Henrique Dourado, e fez trocas no departamento de futebol e no comando técnico. Sempre atento ao mercado, o Fla encontrou poucas soluções e oportunidades e base voltou a se destacar.
Tanto Marlos quanto Dourado ainda devem atuações convincentes. A dupla, inclusive, chegou para ser inquestionável. O Ceifador veio do arquirrival Fluminense, como atual artilheiro do futebol brasileiro em 2017, mas ainda está deixando a desejar. Foram só nove gols em 26 partidas, sendo a maioria de pênalti, o que aumenta o questionamento da torcida, acostumada com Paolo Guerrero na função.
Já Marlos Moreno sequer pode ser avaliado. Em seis meses, jogou como titular menos de cinco partidas e quando teve chance não mostrou credencial alguma que o fizeram ser vendido ainda muito jovem para o milionário Manchester City, da Inglaterra. O atacante está no clube por empréstimo, mas se fosse embora nesse momento, não deixaria saudades.
Vale lembrar que o outro reforço da temporada foi o goleiro Julio César, de forma simbólica. Ele atuou apenas em dois jogos, para se despedir dos gramados no clube do coração.
As maiores mudanças até agora foram fora das quatro linhas. Depois de três anos e meio no cargo de diretor executivo, Rodrigo Caetano foi trocado por Carlos Noval. Noval, por sua vez, bancou a manutenção de Maurício Barbieri no cargo de treinador. E o jovem técnico fez uma revolução. Com Carpegiani, o Flamengo vinha vencendo, mas não convencendo. Com Barbieri, mudou. Apesar do mesmo time e mesma forma de jogar, os atletas parecem entender melhor o que ele pede. O Fla é líder absoluto do Brasileiro e dificilmente faz partidas ruins.
INTEGRAÇÃO DE GAROTOS CADA VEZ MAIOR
Uma mudança de peso consistente nesse time do Flamengo foi a entrada de garotos no elenco. Lucas Paquetá já vinha sendo titular em 2017, mas Vinícius Júnior, Léo Duarte, Thuler e Jean Lucas ganharam mais chances na temporada e se tornaram peças-chaves para o bom desempenho rubro-negro.
Maior joia do clube, Vinícius - já negociado com o Real Madrid (ESP) - já vinha pedindo espaço. E ganhou ainda mais quando um dos principais jogadores da equipe, Everton, deixou o clube. Se firmou e é o artilheiro do time na temporada, com dez gols assinalados, e uma coleção de boas partidas no ano.
Os zagueiros também viraram sinônimo da força da base rubro-negra. Léo Duarte vem jogando constantemente e Thuler sempre que entra tem um bom desempenho. Até gol o jovem fez no empate diante do Palmeiras ele marcou.
Por isso, o Flamengo não precisou de tantos reforços. Os que mais ajudaram até aqui, já estavam no clube. Nas categorias de base.