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Ex-presidente do Fla explica apoio a Bandeira, torce por cota de TV maior e ‘revolução’ contra entidades

Márcio Braga diz que tentou reunir membros da Chapa Azul original, mas não conseguiu

Márcio Braga (Foto: Cleber Mendes/Lancepress!)
imagem cameraMárcio Braga ao lado de Bandeira na Gávea (Foto: Cleber Mendes/Lancepress!)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 18/11/2015
01:19

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A três semanas da decisão nas urnas do futuro político do Flamengo, o ex-presidente Márcio Braga decidiu posicionar-se. Virou Chapa Azul, um apoio formalizado durante reunião na Gávea com o presidente Eduardo Bandeira de Mello. Logo após o anúncio, o ex-dirigente rubro-negro, de 79 anos e seis mandatos à frente do Flamengo, conversou com o LANCE!. Ele explicou o motivo de ter “demorado” tanto a tomar partido na campanha e falou sobre outros aspectos do futebol brasileiro.

- Estava procurando um meio de juntar as duas chapas, pois acho que esse racha vem em detrimento de interesses maiores. Como não foi possível, vamos ver se depois conseguimos trazer essa boa gente que está na Chapa Verde para contribuir com a grandeza do Flamengo. Estou aqui há anos. O que caracteriza o Flamengo é que sujeito podia não estar aqui, mas onde estivesse ajudaria o Flamengo. O que esperamos é que essa gente boa continue colaborando. Um vai ganhar a eleição, não há empate, ainda que seja por idade, os outros têm de colaborar - afirmou o ex-cartola.

Como avalia o momento da campanha e o comportamento da oposição?
Um dia estavam chamando minha atenção. Essa Chapa Verde colocou uma série pessoas que apoiam a chapa. Grandes empresários, presidentes, e é maravilhoso ter um grupo como esse. Mas nunca vi nenhum deles aqui dentro. Destes aí, nenhum é sócio. A primeira coisa que se tem de fazer é assinar o carnê. Para conversar sobre Flamengo, tem de ser sócio do Flamengo. Aqueles todos eu acho maravilhoso, mas tem que colocar todos de sócio, pagar a taxa de manutenção. É um dos motivos que estou com a Chapa Azul e que devemos desenvolver uma política para trazer essa gente boa que se tem do lado de lá.

Márcio Braga (Foto: Cleber Mendes/Lancepress!)
Márcio Braga e dirigentes do Fla (Foto: Cleber Mendes/Lancepress!)

Acha que, pelo caminho que o Flamengo tem trilhado, o presidente voltará a dizer “acabou o dinheiro”?
Agora, com o Profut, hoje é outro mundo. O clube vai ter mais capacidade de investimento, vai liberar os recursos para investir no futebol, vai melhorar.

Quem comandou um clube em eras diferentes, na última com Adriano no elenco, como vê a situação do “Bonde da Stella”?
Acho que o departamento de futebol não teve boa habilidade para tratar do assunto. É uma coisa complicada. Sempre existiu. Isso de jogador fazer farra é aqui e em todos os lugares. Mas não se deve deixar explodir como explodiu.

Com a experiência de quem participou do nascimento do Clube dos 13 e da Copa União, como vê a Sul-Minas-Rio?
O mundo mudou muito, mas o futebol está mais atrasado ainda no Brasil. O conflito continua sendo o interesse dos clubes contra o interesse das entidades de administração. Tem que manter o rumo. Não conseguimos em 1987 porque em 1988 o Eurico pulou do barco, elegeu o Ricardo Teixeira, que veio com a bandeira de acabar com o Clube dos 13, com um processo altamente corrupto, que foi denunciado por mim. Outro dia li um pronunciamento meu ao Otávio Pinto Guimarães há 30 anos: “Otávio, chama a polícia!” O problema está na organização, no duto que leva dinheiro para as entidades e não para os clubes.

Então é preciso cuidado porque pode ter gente pulando fora?
O Clube dos 13 foi um rompimento com a organização do futebol brasileiro. Quando Otávio disse que não tinha condições de organizar o campeonato por falta de datas e recursos, liguei para o Aidar, disse: "Chegou a hora da revolução". Mas eles mudaram de lado depois. Estamos vivendo momento mais significativo do que o da época. O que estamos vendo, exige uma ruptura de fato. Se estou sentado na cadeira do Bandeira, rompo com a Federação, desfilio o Flamengo. O que está acontecendo na CBF é um forte indicio da mesma corrupção, do modelo da Fifa. Está na hora de instituições romperem com esse sistema e tomarem o poder.

Em relação às cotas de TV e relação com a Globo, como agir?
Acho que o Flamengo tem que receber mais. É 70% da receita do futebol carioca, tem que receber proporcionalmente ao que representa. Hoje, pagam alguma coisa boa para o Flamengo, mas acho que é pouco pelo que o Flamengo representa. Futebol é um grande produto e custa menos que as novelas, sai mais barato.

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