Prometeu e cumpriu? Especialistas avaliam passagem de Jorge Jesus no Flamengo
Com a despedida de Jorge Jesus do Flamengo, o LANCE! ouviu jornalistas, comentaristas e ex-jogadores sobre o trabalho do Mister no comando do Rubro-Negro
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Ao ser apresentado pelo Flamengo em junho de 2019, o técnico Jorge Jesus foi claro: vinha buscar a hegemonia do futebol brasileiro junto ao Rubro-Negro. A saída para o Benfica, pouco mais de um ano depois, acontece depois de cinco conquistas incontestáveis do time sob o comando do Mister. Assim, o LANCE! procurou jornalistas, comentaristas e ex-jogadores para saber se o português cumpriu o que havia prometido à Nação em sua chegada ao Rio de Janeiro.
'Vamos esperar o que tenho feito sempre. Onde chego, apresento trabalho e revoluciono do ponto de vista de ter ideias diferentes. Vou apresentar meu trabalho que foi visto em duas das três maiores equipes de Portugal nos últimos dez anos. Quando cheguei ao Benfica, há tempo não ganhava nada e agora tem a hegemonia no país. É o que vim fazer no Flamengo', disse Jorge Jesus, em sua chegada
Carlos Alberto Vieira, editor do LANCE!:
"Cumpriu o objetivo. Conseguiu praticamente tudo que estava programando para isso. Tinha um time excepcional em mãos e conseguiu fazer com que esse time jogasse um futebol excepcional. O que se viu foi uma conquista muito tranquila do Brasileirão, depois a Libertadores e, por último, o Carioca. Ele deixa um time pronto para quem vier substituí-lo, quem quer que seja. A única obrigação de quem vem para assumir seu lugar é não atrapalhar, não mudar nada. O que esse time faz é o que todo torcedor quer: jogar para cima. Não fez na final do Carioca, mas só. Jorge Jesus é um treinador de muita qualidade que deixa o Flamengo com uma façanha: mais títulos que derrota. Então é um nome que entra na história do clube como um dos maiores de todos tempos, no mesmo patamar de Cláudio Coutinho."
Rafael Marques, comentarista da Rádio Globo, CBN e Fox Sports:
"Jorge Jesus foi um divisor de águas basicamente por dois aspectos. O primeiro: desenvolveu um lado racional dos jogadores do Flamengo. Fez com que entendessem a maneira de deslocarem com e sem a bola, de forma agrupada, permitindo desta forma a geração de espaço necessária para a qualidade prevalecer. E o segundo: a vontade de impor o jogo. De tomar a iniciativa, com auto-confiança. O que historicamente é a essência do futebol brasileiro, que se perdeu a partir da incidência de triunfos de modelos mais pragmáticos e reativos."
Dé Aranha, ex-jogador e comentarista da Super Rádio Tupi:
"Fez história. Não lembro na história do Flamengo alguém ter conquistando tantos títulos tão rapidamente, mas foi mais do que isso. A revolução que ele trouxe ao futebol brasileiro... Alguns até acham que ele não fez isso tudo. Eu acho. Mudou taticamente a maneira do Flamengo. Trouxe o Willian Arão, que era um jogador extremamente contestado, para ser o primeiro volante, coisa que muitos acharam uma aberração. E a maneira que o Flamengo de jogar mudou por completo. Foram contratados oito jogadores e todos se tornaram titulares sob a batuta do Jorge Jesus. O elenco se tornou melhor ainda. É inegável o bem que o Jorge Jesus fez ao clube, em tão pouco tempo. A maneira que o Flamengo joga se tornou referência para a maioria dos times. Foi gostoso ver o Flamengo jogando dessa maneira. Sem dúvida, revolucionou no futebol brasileiro, tornando o Flamengo no modelo de time que os brasileiros sempre gostaram, ofensivamente, com um repertório técnico impressionante. O futebol brasileiro tem que agradecer de joelhos a participação do Jorge Jesus. Torço para que nenhum técnico venha desmontar a maneira tão bonita que o Flamengo jogou sob o comando de Jorge Jesus. Eu agradeço e bato palmas de pé para essa jornada de Jorge Jesus."
Juca Kfouri, jornalista do UOL:
"Alguma dúvida? (Cumpriu) Porque em vez de dar espelhinhos aos indígenas, devolveu a bola aos jogadores brasileiros."
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