Da recuperação financeira ao topo da América: a volta por cima do Flamengo

Rubro-Negro passou de quase 800 milhões em dívidas em 2012 para a contratação de um time estrelado, mas sem esquecer a responsabilidade financeira

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Há sete anos, o Flamengo se via afundado em uma dívida de quase 800 milhões de reais, a maior entre os clubes brasileiros na época. Depois de três gestões que priorizaram a recuperação financeira, o Rubro-Negro conseguiu colocar em prática em 2019 a missão de conquistar títulos. Com um elenco estrelado e o maior investimento do país, o Fla, enfim, chegou à final da Libertadores e conquistou a América depois de 38 anos.

A chegada de nomes como Filipe Luís, Rafinha, Gabriel Barbosa, Bruno Henrique, entre outros, é o fruto de uma reconstrução que começou em 2013, quando Eduardo Bandeira de Mello assumiu a presidência e trouxe com ele nomes como Luiz Eduardo Baptista, Rodolfo Landim, que é o atual mandatário, e Wallim Vasconcelos. Com a política de reduzir custos e um elenco mais modesto no primeiro momento, o ano inicial teve altos e baixos: o surpreendente título da Copa do Brasil, mas a quase queda no Brasileirão.

Se em 2013 o déficit foi de R$ 20 milhões, em 2015 o clube já alcançava um lucro de R$ 130 milhões. O primeiro grande reforço dessa nova Era veio justamente nessa época: o atacante peruano Paolo Guerrero. Ex-camisa 9 do Corinthians, ele foi contratado em operação que girou em torno de R$ 40 milhões, algo até impensável quando o projeto de reestruturação foi traçado.

Início da mudança

A diretoria prometeu ir em busca de mais reforços de peso para, enfim, brigar pelos grandes títulos. Só com Guerrero, o Fla terminou o ano apenas na 12ª posição do Brasileirão. Por isso, outro nome cercado de expectativa desembarcou na Gávea: o meia Diego Ribas. Em 2016, os dois ajudaram o Rubro-Negro na briga com o Palmeiras pelo título nacional, mas não tiveram sucesso.

Neste ano, inclusive, a folha salarial já saltou de R$ 115 milhões para R$ 155 milhões. Se dentro de campo os frutos ainda estavam aparecendo, fora dele a diretoria cumpriu uma das promessas feitas e entregou o moderno Centro de Treinamento no Ninho do Urubu, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A partir de 2017, o investimento foi de mais de R$ 58 milhões e o grupo passou a ter a segunda soma de salários mais alta do país, custando R$ 219 milhões. As chegadas de Everton Ribeiro e Diego Alves elevaram o patamar da equipe e a cobrança da torcida, que impulsionava cada vez mais o programa de sócio-torcedor. Além disso, a ascensão de Lucas Paquetá e Vinícius Júnior, oriundos da base, ajudou a equipe. Em campo, entretanto, o resultado não foi o que se esperava. Dois vices, um da Copa do Brasil para o Cruzeiro e outro da Sul-Americana para o Independiente (ARG) marcaram a temporada.

Na temporada de 2018 os nomes contratados foram de menor peso. Entre eles, Henrique Dourado, Vitinho e Piris da Motta. E os resultados em campo mais uma vez decepcionaram. Na Libertadores, eliminação já nas oitavas de final para o Cruzeiro. No Brasileirão, o vice-campeonato.

Flamengo perdeu para o Cruzeiro na final da Copa do Brasil (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Ano inesquecível

Com um novo presidente eleito (Rodolfo Landim), o Flamengo colocou todas as cartas na mesa para ter o melhor time dos últimos anos. Nas duas janelas de transferências, a equipe contratou Rodrigo Caio, Gabriel Barbosa, De Arrascaeta, Bruno Henrique, Rafinha, Pablo Marí, Gerson e Filipe Luís. Além disso, depois de iniciar a campanha com Abel Braga no comando, Jorge Jesus assumiu o comando em junho e elevou o rendimento do elenco.

No Campeonato Brasileiro, uma campanha praticamente irretocável, que pode culminar no título já neste domingo, em caso de tropeço do Palmeiras. Na Libertadores, a conquista da América que viu estabilidade e ótimas atuações sob o comando de Jesus, especialmente na semifinal contra o Grêmio, quando o Fla goleou por 5 a 0. O investimento, enfim, teve o retorno esperado.

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