Saúde mental no Flamengo: Márcio Tannure abre o jogo sobre área de psicologia no clube
Gerente de Saúde e Alto Rendimento do Rubro-Negro abre o jogo sobre o tema que é polêmico entre torcedores
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A saúde mental é um tema que vem quebrando tabus e sendo cada dia mais discutido. Dada a devida importância do assunto, o Lance! conversou com exclusividade com o Dr. Márcio Tannure, gerente de Saúde e Alto Rendimento do Flamengo. O médico explicou a ausência de um profissional de psicologia no elenco profissional, e destrinchou as experiências que o clube já teve com a área.
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- Na prática, a gente já teve experiência e não é tão simples. Meu ponto: você tem que ter confiança de todos. Feeling com bom senso, habilidade com todos. Não é só capacidade técnica, mas expertise para lidar. Às vezes, o atleta não leva verdadeiramente ao profissional, com medo disso ser levado ao treinador, etc... Os treinadores também têm dificuldade com isso, de às vezes não entender.
- Não estou dizendo que está certo ou errado, a gente já tentou de várias maneiras... Na base, é muito importante, para que o atleta venha desenvolvendo isso e chegue bem ao profissional. Mas, quando chega no profissional, talvez o modelo ideal sejam intervenções de grupo. Talvez, você consiga pescar o que está acontecendo e ter acompanhamento fora de cada um. Já tivemos experiência, e nem sempre tivemos sucesso -, explicou.
O FUNCIONAMENTO DO TRATAMENTO PSICOTERAPÊUTICO
- Nessa área de psicologia, o clube esquece o atleta e pensa no humano. Para eu ter efetividade no tratamento psicoterapêutico, o paciente tem que procurar. É uma questão básica. Primeiro, você já começa com a questão que não pode ser compulsório ao atleta, tem que vir dele, senão, não é efetivo. E isso requer confiança. É difícil conquistar isso no ambiente de trabalho. Requer tempo, nível de trabalho que nem sempre é alcançado. Para ter profissional para inglês ver e não ser efetivo, não tem função.
- As dinâmicas de grupo são muito importantes, e você consegue diagnosticar os atletas mais ávidos, abertos e necessitados do tratamento. E isso precisa de expertise do profissional do clube que está acompanhando os processos.
IMPORTÂNCIA DO TEMA
- Primeiro, eu sempre digo que, por trás do atleta, existe um ser humano. Tem que existir a relação médico-paciente, humana. Quando eu consigo melhorar esse atleta humanamente falando, isso por si só melhora a performance. Saúde e bem-estar físico e mental. Para o jogador estar saudável e ter o ápice da performance, tem que estar bem física e mentalmente. A saúde mental é realidade, mal da década ou do século, e não à toa, dentro das classes profissionais, os atletas têm os maiores índices de depressão, e as pessoas perguntam o porquê disso.
Mundialmente falando, no Brasil é pior. O atleta é cobrado pelo resultado, sucesso. O primeiro é o melhor do mundo, o segundo, o pior. É céu e inferno. Não tem purgatório no futebol.
- Eu acho que o mental é tudo, mas a experiência com diversos esportes têm entendimento de ferramentas... No MMA, é você e você mesmo. Se não estiver bem, já era. No coletivo, às vezes você não está bem, mas tem outro, e isso minimiza um pouco, porque você consegue distribuir fracasso ou glória.
A PRESENÇA DE PSICÓLOGOS NO FLAMENGO
O elenco profissional do Flamengo não conta com um psicólogo permanente, mas as categorias de base têm quatro profissionais à disposição, justamente seguindo o citado pelo Dr. Mário Tannure, em relação à importância de um acompanhamento específico aos jovens em formação, para que eles cheguem ao elenco principal preparados para o desafio. São três psicólogos e um estagiário, que fazem parte do Departamento de Desenvolvimento Humano do futebol de base do clube.
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