Sem bater meta de vendas, Flamengo vê janelas fecharem e prioriza competitividade na reta final do BR

Dos R$ 50 milhões previstos, clube faturou R$ 42 mi com Lincoln e Yuri César. Everton Ribeiro e Michael sofreram assédio árabe, mas diretoria mostrou firmeza no mercado

imagem cameraEverton Ribeiro recebeu proposta árabe, mas ficou no Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 02/02/2021
12:46
Atualizado em 03/02/2021
06:30
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A mudança no calendário causada pela pandemia da Covid-19 deixou o Flamengo em uma situação delicada. Ao mesmo tempo em que disputa a reta final do Brasileirão, o clube precisou começar o planejamento da próxima temporada em meio a um dilema: bater a meta de venda de atletas prevista no orçamento ou se manter competitivo na briga pelo título.

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Dentro desse cenário, a diretoria rubro-negra deixou claro a prioridade pela segunda opção. Mesmo com boas propostas do Al Ain e do Al Nasr por Michael e Everton Ribeiro, respectivamente, o clube decidiu se mostrar firme no mercado, impondo condições e dificultando a venda desses jogadores utilizados com frequência por Rogério Ceni.

Ao fim da queda de braço com o Flamengo, as equipes interessadas não deram resposta até o fechamento da janela de transferências dos Emirados Árabes, na última segunda-feira, e selaram a permanência dos atletas no Rio de Janeiro. Pelo menos, até o meio do ano.

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DUAS VENDAS E 85% DA META CUMPRIDA

Com uma série de receitas reduzidas, o Flamengo foi um dos clubes mais prejudicados pelos impactos do pandemia. O programa de sócio-torcedor perdeu um grande número de adesões, o espaço da manga da camisa segue sem patrocinador e a bilheteria - uma das principais fontes de receita do clube - foi nula.

A partir dessa busca por equilíbrio entre o planejamento do departamento de futebol e as exigências orçamentárias, o conflito entre Gávea e Ninho do Urubu ganhou novos capítulos. Ficou definido, por exemplo, que o clube deveria arrecadar R$ 50 milhões em vendas de atletas na janela de transferências de janeiro para gerar fluxo de caixa no início da temporada.

No entanto, diante da escolha de se manter competitivo na reta final do Brasileirão, essa meta não foi atingida. Foram apenas duas vendas de atletas que não faziam parte do elenco utilizado por Rogério Ceni: Lincoln, que estava afastado desde dezembro, e Yuri César, que estava emprestado ao Fortaleza.

O somatório das duas negociações indicam um total bruto de R$ 47.4 milhões, mas, ao descontar os valores de comissão, impostos e afins, o Flamengo arrecadou "apenas" R$ 42 milhões, o que representa 85% do total previsto.

- Yuri César: R$ 31.2 mi (já descontado R$ 1.15 mi pagos ao Fortaleza)
- Lincoln: R$ 16.2 mi
- Total bruto: R$ 47.4 mi
- Total líquido: R$ 42 mi
- Meta para janela: R$ 50 mi

R$ 100 MILHÕES EM VENDAS AO LONGO DO ANO

Se o Flamengo optou por manter a tranquilidade nesta janela de janeiro, terá que compensar no restante do ano. O primeiro orçamento de 2021, avaliado em dezembro do ano passado, previa um total de R$ 168 milhões com venda de jogadores. Posteriormente, esse montante sofreu uma readequação e foi aprovado em R$ 142 milhões.

Com R$ 42 milhões já garantidos, restam R$ 100 milhões a serem arrecadados ao longo do ano. Atletas como Everton Ribeiro, Michael e Léo Pereira devem receber novas investidas quando a janela de transferências abrir novamente no início do segundo semestre, e as negociações enfim podem ser concretizadas.

Com um orçamento enxuto e uma nova temporada batendo na porta, o cabo de guerra entre Gávea e Ninho do Urubu continuará existindo. Em meio à constante pressão por títulos, a diretoria rubro-negra deverá buscar o equilíbrio da balança para poder voltar a comemorar.

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