Começar uma pré-temporada sendo alvo de críticas é um dos fatores mais negativos para um jogador. Ser taxado pela torcida antes mesmo da bola rolar de forma oficial pode trazer desânimo e vontade de procurar por novos ares. Este não é o caso de Willian Arão, que superou as vaias dos torcedores para se tornar um dos atletas fundamentais no esquema do Flamengo comandado por Abel Braga, que conquistou o Campeonato Carioca no último domingo.
Por conta de uma relação que se tornou conturbada desde o ano passado, Willian Arão começou a temporada com status de indesejável para uma parte dos torcedores. Apesar disto, Abel Braga entendeu que o camisa 5 poderia ser diferente e, mesmo com a pressão que vinha das arquibancadas, não tirou o volante da equipe titular.
Dito e feito. Willian Arão se tornou um dos jogadores mais fundamentais - apesar de não "aparecer" tanto nas partidas - do Flamengo. O camisa 5 é o ponto de equilíbrio entre a defesa e o ataque, além de ser chave no sistema de pressão ao adversário que o Rubro-Negro colocou com qualidade durante o Campeonato Carioca, principalmente nos jogos contra o Fluminense.
No segundo jogo da decisão, disputado no último domingo, Willian Arão se tornou um dos personagens principais do título. Logo no início do primeiro tempo, subiu mais alto que a defesa do Vasco para completar um cruzamento de Arrascaeta para o fundo das redes. Era o começo da consolidação do 35º título estadual do Rubro-Negro.
O episódio foi repetido: em 2017, Willian Arão também era um dos "alvos" da torcida, mas apareceu em um clássico decisivo. Pela Copa Sul-Americana daquele ano, é do camisa 5 o gol que classifica o Flamengo às semifinais da competição, já na reta final do segundo tempo. Esse é mais um episódio que comprova que o meio-campista, mesmo criticado, pode ser protagonista em momentos oportunos.