Com os resultados financeiros do primeiro trimestre, o Flamengo já alcançou 35% da receita prevista no orçamento do clube para 2020. As receitas mais significativas foram dos seguintes "setores": direitos de transmissão, prêmios e patrocínios; operações de jogos; e transferências. Foram arrecadados R$ 259,6 milhões de janeiro a março, com o orçamento deste ano em R$ 726,2 milhões.
A preocupação, contudo, está nos próximos resultados financeiros, uma vez que, entre janeiro e 14 de março, data da última jogo do Flamengo, o futebol teve suas atividades regulares. Desde então, jogos e treinos estão suspensos por conta da Covid-19 e, sem perspectiva de retorno com a agravamento da crise no país , o clube aguarda, apreensivo, o impacto nos próximos trimestres.
"Agora sabemos que o impacto na atividade do esporte, em especial na economia do futebol, é mais longo e severo do que imaginado em março. O que indicava uma limitação de público e o risco de uma eventual paralização de dois meses, com retorno gradativo, não se confirmou. As incertezas e ações governamentais, indicam um aprofundamento deste cenário, não sendo possível indicar com precisão o fim da crise", diz trecho do documento do Fla.
Com a transferência de atletas, impulsionada pelo acordo com o Real Madrid, da Espanha, por Reinier, o Flamengo quase dobrou o valor orçado para 2020: são R$ 154 milhões embolsados, enquanto o orçamento previa R$ 80 milhões.
Com um elenco estrelado, o Flamengo tem ativos que despertam o interesse de clubes do exterior. Se necessário, a diretoria tem condições de negociar atletas e buscar receitas extraordinárias. Contudo, existe uma grande sobre o comportamento do mercado do futebol após a pausa por conta da Covid-19.
Com um crescimento superior a 100% em comparação ao primeiro trimestre de 2019, o valor arrecadado com operações de jogos será impactado pela paralisação do futebol - que segue por tempo indeterminado. Bilheteria, estádio e o programa Nação Rubro-Negra renderam R$ 48,129 milhões de janeiro a março - nestes meses ano passado, o valor foi de R$ 22,995 milhões.
Já com mídia, prêmios e publicidade convencional as receitas pularam de R$ 28,197 milhões no primeiro trimestre de 2019 para R$ 44,298 milhões de janeiro a março de 2020. Os títulos da Recopa Sul-Americana e Supercopa do Brasil ajudam a explicar o salto. Quanto aos patrocínios, o clube conseguiu resolver o imbróglio com a Adidas e recebeu a parcela de R$ 8,8 milhões com atraso. Já o vínculo com a empresa Azeite Royal foi rescindido pela organização.