A maratona de partidas vem obrigando o Fluminense a fazer testes e rodar o elenco independentemente da competição que disputa. Sem uma prioridade na temporada, Abel Braga muda as peças para tentar, além de evitar lesões, retomar a consistência mostrada em certo momento de 2022. No entanto, o empate por 0 a 0 com o Unión Santa Fe (ARG) na terceira rodada da Copa Sul-Americana mostra que a equipe está muito distante de ter a tão sonhada regularidade para ganhar novamente a confiança da torcida.
Na partida da última noite, no Maracanã, as novidades foram Luccas Claro na vaga de Manoel, lesionado, na zaga, além de Caio Paulista e Marlon nas pontas. Wellington e Nonato iniciaram como volantes e Arias voltou a ser titular também no ataque. Foi o jogo com as alterações mais significativas, mas a sensação é que o Flu ainda está tentando se adaptar a tantas características diferentes ao longo dos jogos.
No início, contra o Oriente Petrolero (BOL), Abel insistiu na formação praticamente padrão, dando chance apenas a David Duarte. Mas na estreia do Brasileirão diante do Santos foi a vez de Nathan aparecer no meio-campo e Manoel ocupar de vez a posição entre os três zagueiros. Na derrota por 3 a 0 para o Junior Barranquilla (COL), o treinador admitiu que errou ao mandar todos os titulares de sempre, que claramente sentiram o desgaste.
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Desde então, diversas alterações foram aparecendo nos jogos. Contra o Cuiabá, apenas dois zagueiros, Wellington e Nonato no meio e Fred comandando o ataque. Na virada sobre o Vila Nova, novamente essa formação com a linha de quatro atrás e sem Ganso, poupado, retornando com Willian e Luiz Henrique ao time principal. Na derrota para o Internacional, foi a vez de Marlon e Martinelli ganharem uma chance.
O BALANÇO
Com tantos problemas nas atuações e a queda de rendimento clara do Fluminense desde o título do Campeonato Carioca, quem talvez tenha saído bem disso tudo foi o volante Nonato. Ele tem participado bem na maioria das partidas e vem sendo uma bola de segurança. Nathan segue sem conseguir se firmar e não tem performado o que se espera nem nos treinamentos, de acordo com Abel.
Entre os zagueiros, Manoel acabou encarregado de uma função que não é bem a área dele, a de armar mais o jogo como Felipe Melo costuma fazer, mas tem tido segurança. Luccas Claro também não foi ruim. Mas o sistema defensivo como um todo piorou, passando também pela queda de rendimento dos meio-campistas na marcação. A zaga tem ficado cada vez mais exposta. Marlon ainda sente o ritmo de jogo e toma algumas decisões erradas e Martinelli não manteve a regularidade.
- É uma questão de todos os clubes brasileiros, não adianta reclamar. O que temos feito é que alguns jogadores são vetados, mas quem tem entrado está bem. Vai dizer que o Wellington, Nonato jogaram mal? Não é assim. A verdade é que estamos criando muito pouco. Para a equipe que nós temos, tudo bem que pode estar abatendo um pouco, o estado anímico não é o ideal. Vamos tentar jogo a jogo melhorar. Não adianta, vamos fazer o que? Continuar trabalhando, amanhã tem treino, depois jogo. Vamos ver dentro daquilo que podemos contar. Entra um joga bem, outro nem tanto. Acho que hoje só teve uma virtude, que foi não sofrer gols. Coisa que vinha acontecendo com um time que ficou nove, dez jogos sem sofrer gols - afirmou o treinador.
No próximo domingo, o Fluminense volta a campo para enfrentar o Coritiba, fora de casa, pelo Campeonato Brasileiro, às 16h. O time joga novamente pela competição continental na quarta, às 21h30, quando recebe o Junior Barranquilla (COL).