Se dentro de campo o Fluminense vai ganhando mais confiança, os bastidores do clube estão cada vez mais conturbados. Na noite da última quinta-feira, o Tricolor anunciou a renúncia de cinco vice-presidentes do grupo Unido e Forte, que agora se opõe ao presidente Pedro Abad. O técnico Abel Braga afirmou que estar no CT Pedro Antônio faz com que o grupo fique um pouco mais longe da confusão, mas lamentou as mudanças.
- É complicado. Te garanto que se estivéssemos nas Laranjeiras, estaríamos sofrendo isso quase que direta e diariamente. Aqui no CT isso passa, temos informação, mas não afeta. Não vem diretamente para nós. É pena. Pena porque de janeiro do ano passado para cá foram muitas mudanças. Isso não é bom. Me dou muito bem com todo mundo, são grandes amigos que tenho, como o Cacá, que acabou de sair e outros que deixaram o clube. Ele tinha relação muito boa conosco do futebol - começou Abel.
- Freire e Torres sairam, Fernando Veiga também. Todos eram muito bons. Agora tem um cara muito bom, super correto, que é o Fabiano. Mesmo que não seja diretamente, cria uma certa expectativa. É muita mudança. É legal ver o Fluminense em um caminho traçado, mas dentro de uma conduta, o futebol tem que ser planejado e estudado como carro chefe, mas não é dono do clube - completou.
Nos últimos dias, os torcedores passaram a fazer uma campanha para que houvesse um treino aberto no próximo sábado, antes do duelo contra o Atlético-PR, no Maracanã. Abel admitiu que a possibilidade era real, mas decidiu voltar atrás pelo momento conturbado.
- Acho que as coisas deveriam ser planejadas de maneira diferente. Qual é o motivo? Se juntou, agora sai... é complicado. Não tem uma filosofia de comando, de relação. A gente sente. Inclusive, amanhã seria feito um treino nas Laranjeiras, mas por conta desses problemas achei melhor o grupo ficar afastado. Num momento de véspera mais calma, mais tranquila, mais segura, a gente vai dar esse presente ao torcedor - disse o comandante.