A relação de dirigentes do Fluminense e de outros clubes do Rio de Janeiro com torcidas organizadas são alvos de investigações do Ministério Público e Polícia Civil, que, no início do mês, deram início a Operação Limpidus e prenderam membros de organizadas e ouviram depoimentos do presidente tricolor Pedro Abad. Neste domingo, em reportagem do "Esporte Espetacular", novos detalhes desta relação foram publicadas.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça constataram a relação de dirigentes com representantes de três torcidas organizadas do Fluminense, todas proibidas de frequentar arenas esportivas. Após depôr na Cidade da Polícia, Pedro Abad admitiu a cessão de 200 ingressos às organizadas, além do pagamento de dois ônibus para a viagem dos membros para um jogo do time fora do Rio de Janeiro.
O advogado Nélio Machado, que está trabalhando para o Fluminense no caso, deu a posição oficial do clube ao "Esporte Espetacular".
- Essa relação de clubes com torcidas organizadas já existe há muito tempo, mas é uma relação saudável, não é uma relação promíscua. Excessos que torcidas organizadas eventualmente possam ter feito, elas são atribuíveis a essas pessoas dessas torcidas que tenham se excedido. Incendiários são criminosos, quem vai chamar a polícia é o Fluminense – afirmou advogado.
Em nota, o Fluminense ainda confirmou à reportagem que existem espaços nas dependências da sede de Laranjeiras para armazenar materiais que são utilizados em dias de jogos (baterias, bandeiras e faixas). Essa prática, segundo o clube, já acontece há décadas, não tendo sido instituída durante a gestão de Pedro Abad.
A Polícia Civil realizou na manhã desta segunda-feira mais uma etapa da Operação Limpidus, responsável por investigar o repasse de ingressos de jogos de futebol às torcidas organizadas. Quatro pessoas foram presas, entre elas o assessor da presidência do Fluminense, Artur Mahmoud, e o presidente da maior torcida organizada do Flamengo, Alesson Galvão de Souza.