Análise: Fluminense vai bem, mostra intensidade, mas não consegue ser fatal na estreia do Brasileirão

Tricolor foi melhor em boa parte do jogo, perdeu pênalti com Nenê, mas não conseguiu tirar o zero do placar

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Neste sábado, o Fluminense estreou no Campeonato Brasileiro contra o São Paulo, no Morumbi. Após perder um pênalti com Nenê ainda no primeiro tempo, o Tricolor até foi melhor, mas não conseguiu desempatar a partida que terminou em 0 a 0. Entretanto, a intensidade na equipe se repetiu e mesmo sem os três pontos, duelo pode trazer observações positivas para semana importante nas Laranjeiras. 

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Novamente atuando fora de casa, o Fluminense conseguiu ser superior que seu adversário, ao menos durante uma parte do jogo. É claro que o empate sem gols desanima o tricolor que não viu a partida, no entanto, o conjunto da ópera pode trazer ressalvas importantes para a equipe de Roger Machado.

Diante do atual campeão paulista, que vive uma boa fase embalada pelo grande trabalho de Hernán Crespo, o Fluminense não se intimidou e, na etapa inicial, foi dono do jogo. Assim, nota-se que o time carioca não se amedronta em partidas importantes fora de seus domínios, uma vez que, como outro exemplo, vem de uma grande vitória em cima do River Plate, na Argentina. 

Portanto, o primeiro ponto a se destacar é a boa armação tática do Tricolor. Sem Fred, Roger optou por Abel Hernández, que fez uma partida interessante e imprimiu dificuldade aos defensores são paulinos. Isso porque, na etapa inicial, o Flu adiantou suas linhas e, mesmo que sem fazer a pressão tradicional - indo para o abafa -, o time conseguiu quebrar as sequências de passes do adversário.

Com isso, ao recuperar a bola para si, o Fluminense apresentou variações táticas. Desta vez com mais mobilidade no ataque, Nenê - que não foi bem - flutuava entre as linhas, enquanto Caio Paulista tinha liberdade para atacar por dentro e tentar trabalhar com proximidade a Gabriel Teixeira. Então, foi com essa movimentação que saiu o pênalti em Abel, após bom lançamento de CP.

A trapalhada de Nenê, porém, se deu pelo próprio erro do jogador. Ao demorar muito na cobrança e tomar muita distância, o jogador foi levado pela provocação de Miranda e, como ele mesmo disse na ida para o intervalo, não conseguiu bater do jeito habitual, parando na boa defesa de Volpi. 

- Ele ficou na minha frente e não deixou eu dar a minha passada. A responsabilidade de não fazer o gol é minha. Ele foi inteligente e disse que podia me atrapalhar fora da área. Eu acabei perdendo a passada e errei. Faz parte e vamos voltar para o segundo tempo e fazer o gol - disse Nenê.

Volpi agarrou o pênalti de Nenê (Foto: Paulo Pinto / saopaulofc)

Mesmo assim, as variações no primeiro tempo prosseguiam. Mais rápido do que em partidas passadas, mas recentes - como na final do Carioca -, o Flu trabalhava focado em inverter o jogo o tempo inteiro, contando com boas participações de Egídio e Samuel Xavier. 

Na marcação, a equipe conseguiu impossibilitar o São Paulo de jogar na etapa inicial. Muito por conta da boa atuação de Nino, que mais uma vez foi soberano e comandou o sistema defensivo do Fluminense. O zagueiro que, inclusive, pode pintar na Seleção principal, já que Thiago Silva dificilmente terá condições de jogo após a lesão que o tirou na final da Champions League. 

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Além disso, o defensor chegou a ser elogiado por Roger Machado em coletiva, que assegurou que Nino é o melhor defensor em atividade no futebol brasileiro. Vale ressaltar, que o Fluminense não ficava um jogo sem sofrer gols a 11 partidas, desde a vitória por 1 a 0, em cima do Botafogo, na última rodada da Taça Guanabara. 

 - Para mim, sem sombra de dúvidas, o Nino é o melhor zagueiro do futebol brasileiro na atualidade - disse Roger.

No segundo tempo, o Tricolor mudou um pouco a estratégia. Ao invés de marcar em cima, optou por diminuir suas linhas, dar campo para o São Paulo e sair no contra-ataque. Ponto positivo nisto, foram as boas atuações de Biel e Caio Paulista que, mesmo sem nenhum brilhantismo na frente, ajudaram bastante na recomposição defensiva. 

É verdade que o Fluminense foi mais pressionado no final, e viu a boa finalização de Rojas parar no travessão. Mas a impressão que se dava era que, mesmo com o empate, o jogo estava controlado, muito por conta de uma excelente obediência tática dos jogadores. 

O lado negativo da história, fica pela falta de gols no ataque. Nas melhores chances, Volpi conseguiu interferir em todas. Além disso, Nenê, que talvez tenha sido o ponto fora da curva - de forma negativa -, não estava em uma noite inspirada, logo, deixou a desejar na dupla com Abel Hernández. 

Pelo Campeonato Brasileiro, o Fluminense volta a campo no próximo sábado, às 11h (de Brasília), no Maracanã, contra o Cuiabá. Porém, antes disso, a equipe duela nesta quarta, às 21h30, em casa, contra o RB Bragantino, pelo primeiro jogo da terceira fase da Copa do Brasil.

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