Atacantes decidem três dos últimos 12 jogos, e Marcão voltará a fazer mudanças no setor do Fluminense
Luiz Henrique sentiu durante a derrota para o Grêmio e Gabriel Teixeira pode retornar na partida diante do Palmeiras, no domingo, no Maracanã
Em reta de final do Campeonato Brasileiro, Marcão ainda tenta acertar um dos principais setores do Fluminense: o ataque. Após uma temporada de testes na parte ofensiva envolvendo 15 atacantes, a comissão técnica ainda não encontrou o encaixe ideal para melhorar a criação do time, que tem dificuldades para entrar no G6 mesmo diante de adversários da parte final da tabela. A sete jogos do fim da campanha de 2021, o Tricolor ainda deve passar por mudanças para tentar suprir uma das principais deficiências do elenco.
Com Luiz Henrique lesionado e possivelmente como desfalque para a partida contra o Palmeiras, neste domingo, às 18h15, no Maracanã, Gabriel Teixeira pode ser novamente opção para Marcão. O escolhido diante do Grêmio acabou sendo Caio Paulista, que novamente foi mal. Fora há mais de um mês, Biel vem treinando com o elenco desde segunda-feira e volta pelo menos ao banco de reservas.
Nos últimos jogos, a situação dos atacantes tem sido complicada. Em 12 rodadas desde o início do segundo turno, os homens de frente balançaram a rede em oito oportunidades distribuídas em apenas três partidas. No Fla-Flu, John Kennedy e Abel Hernández marcaram a vitória com três gols, enquanto Fred e Luiz Henrique assinaram o triunfo sobre o Red Bull Bragantino. O camisa 34 também fez um gol no empate com o Cuiabá, assim como Bobadilla, e na vitória sobre o São Paulo. Os triunfos diante de Athletico-PR e Sport foram com gols contra e de David Braz, respectivamente.
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O ano começou com a preferência pelo 4-4-2. Nas primeiras três partidas do Carioca, o time foi escalado com dois atacantes à frente. Assim como no início da temporada, Marcão recorreu ao modelo no duelo contra o Grêmio, na última rodada, com Luiz Henrique e John Kennedy. Com o esquema, o Flu venceu quatro vezes e amargou duas derrotas no Brasileiro, para o Internacional e Grêmio.
LUCCA
A assinatura de Roger Machado se tornou o 4-3-3 ao longo da campanha. Em pelo menos 20 ocasiões, o ex-técnico tricolor utilizou a estratégia com diferentes jogadores e os mais diversos resultados. Após a saída de Roger, Marcão trouxe novamente o ataque com Luiz Henrique, Lucca e Fred, que não vingou. Com os três, o Tricolor não venceu, conquistando dois empates e duas derrotas em todo o ano.
CAIO PAULISTA
A estratégia seguinte do comandante da equipe foi de acionar Caio Paulista no lugar de Lucca, que vinha em boa fase antes de sofrer uma lesão na partida contra o Palmeiras, no primeiro turno. No entanto, o tempo de recuperação impactou o desempenho do camisa 70, que não vem correspondendo às expectativas após ser comprado por quase R$ 8 milhões. Além de ter perdido a característica de explosão, o jogador deu apenas um passe decisivo nos últimos cinco jogos do Fluminense, e frequentemente perde a posse de bola no campo adversário.
Porém, a má fase de Caio Paulista não sobressaiu mais que a falta de opções no banco de reservas. A vitória sobre o São Paulo, com a formação Caio-Luiz-Fred, também animou o técnico, que a repetiu na eliminação do Tricolor na Copa do Brasil para o Atlético-MG, na derrota para o Fortaleza e no empate contra o Atlético-GO. De cinco jogos com o trio, apenas dois resultaram em vitória para o Flu.
JOHN KENNEDY
Na ausência de Fred, outro nome se consolidou no ataque. John Kennedy, que vinha entrando como substituição em algumas partidas, ganhou mais minutos em campo e demonstrou segurança, em especial na vitória sobre o Flamengo, com dois gols de sua autoria. Veloz e driblador, o Moleque de Xerém não perdeu espaço após o retorno do camisa 9, e tem sido o destaque do Fluminense neste final do Brasileiro. Além de um reforço para a luta pela Libertadores, o jovem se tornou uma promessa para a próxima temporada.
FRED
O retorno do capitão do time representou um alívio para o placar do Fluminense, ou ao menos deveria. Artilheiro da equipe com 18 gols e cinco assistências, Fred esteve presente em 41 jogos. Assim, Marcão apostou em força total no setor ofensivo contra o Sport, combinando o camisa 9 com John Kennedy na frente, além de Luiz Henrique pelas pontas e Jhon Arias mais por dentro. Apesar da vitória por 1 a 0, a criação deixou a desejar e, diante do Grêmio, o camisa 9 foi reserva.
LUIZ HENRIQUE
Ainda que o setor ofensivo esteja quase completo, o desfalque de Luiz Henrique nas próximas rodadas preocupa. O Moleque de Xerém, que estreou na temporada passada, conquistou espaço e destaque na equipe somente este ano. Pelo Brasileiro, disputou 28 jogos e marcou quatro gols, além de duas assistências, e se consagrou artilheiro do time na competição. Das quatro ocasiões em que estufou a rede, três delas marcaram vitórias do Flu.
GABRIEL TEIXEIRA
Marcão ainda conta com um retorno nesta reta final. Após um longo período longe dos gramados, Gabriel Teixeira deve retornar neste domingo, na partida contra o Palmeiras. O jogador, que havia lesionado a coxa esquerda, já voltou a treinar com o elenco no CT Carlos Castilho. Desta forma, o Fluminense poderá repetir a formação mais utilizada nesta temporada, com Caio Paulista, Biel e Fred. Além de frequente, a combinação também é vitoriosa: em oito jogos, foram seis vitórias, um empate e uma derrota.
Sem margem de erro até o final do Brasileiro, Marcão precisa mais uma vez remodelar o ataque do Fluminense. Com o retorno de peças importantes, mas sem o artilheiro da competição, o desafio de se manter vivo na luta pela classificação para a Libertadores parece ainda mais difícil. Contudo, as diferentes táticas testadas até agora podem auxiliar na busca pela fórmula, não ideal, mas eficiente para uma equipe mais ofensiva.
O Fluminense volta a atuar em casa no domingo, contra o Palmeiras. Vindo de uma derrota contra o Grêmio, o Tricolor está em oitavo, com 42 pontos. A próxima partida será contra o Palmeiras, domingo, às 18h15, no Maracanã.