Foram 14 meses fora de ação e duas cirurgias no joelho direito. Marcos Calazans não fez gol ou deu assistência na vitória do Fluminense contra o Paraná, mas foi o jogador mais festejado desta segunda-feira. Muito além da goleada no Maracanã, o retorno do atacante aos gramados foi comemorado pelos companheiros, comissão técnica e torcedores. O próprio falou sobre as dificuldades do longo período em que ficou parado.
- Fiquei um pouco emocionado. Um ano e dois meses sem jogar... Um momento muito difícil da minha carreira. Pensei em parar muitas vezes, mas com a ajuda dos meus companheiros e da minha família puder voltar a jogar e ajudar a equipe. Ver todo mundo jogando, todo mundo podendo ajudar e só poder ficar na torcida. Isso é o mais difícil para o atleta, ver que os outros podem ajudar, menos você - declarou o atacante.
Calazans entrou aos 23 minutos do segundo tempo e participou bem da partida: acertou 12 passes, tentou um cruzamento, realizou seis dribles e sofreu três faltas. O maior destaque foi para a sua velocidade característica que não se perdeu após a lesão. Quando perguntado, o atacante se emocionou ao falar sobre o que passou na cabeça no momento em que entrou em campo.
- O momento que veio na minha cabeça foi a primeira lesão. Era um momento muito bom na minha carreira. Melhor momento da minha vida. Aquele filme passou na minha cabeça. Ali (quando ajoelhou ao fim do jogo) foi a redenção de tudo que passou. Hoje estou muito feliz. Só quero ver minha família e comemorar.
A recuperação de Calazans foi marcada por duas cirurgias e um caso criminal. A primeira lesão aconteceu em 6 de agosto de 2017, após a ruptura do ligamento do joelho em jogo diante do Atlético-GO. A previsão inicial era de seis meses, mas, em janeiro deste ano, foi agredido no mesmo joelho operado por dois vândalos vestidos com a camisa do Flamengo. Após o crime, teve constatada lesão no ligamento cruzado e no menisco.
- É um momento que não gosto muito de lembrar. Não descobri quem foram as pessoas que fizeram ainda, mas perdoei mesmo sem saber quem é. Porque se eu não perdoar eu sou uma pessoa pior do que eles foram, o que fizeram - declarou o jogador, antes de agradecer ao departamento médico sobre o período de recuperação que passou no Fluminense:
- A parte médica e fisioterápica tiveram muito cuidado com a minha volta e isso me fortaleceu para voltar hoje e me sentir totalmente bem. Fui mais ou menos ainda. Sei que posso render muito mais que rendi hoje. Mas vamos voltar aos treinos e melhorar. Foi um ano e dois meses sem jogar. O cansaço é normal. A parte física a gente vai pegando aos poucos, vai se adaptando ao jogo. E me senti muito bem.