Diniz celebra título da Libertadores com o Fluminense: ‘O campeão é aquele que não desiste’

Treinador desabafa sobre críticas e faz reflexão sobre a mentalidade no futebol brasileiro

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O técnico Fernando Diniz aproveitou o título de campeão da Libertadores conquistado com o Fluminense para fazer um desabafo. O treinador alertou sobre a necessidade de valorizar também o perdedor no futebol. O Tricolor venceu o Boca Juniors, por 2 a 1, no Maracanã, e levantou o troféu continental pela primeira vez.

- Em relação ao Dinizismo, não sei se veio para ficar. Enquanto eu estiver trabalhando vou manter a minha convicção. A gente precisa sempre acreditar. Eu não acho que uma pessoa é campeã apenas com o título. O campeão é aquele que não desiste. Se não tivesse vencido, eu iria continuar trabalhando. A vida continua. Eu tenho muita admiração sobre aquele que não desiste, mais até do que o campeão. A realidade no mundo do futebol é o que está dentro dos muros do CT. Tenho maior apreço pelo Internacional, Boca, poderíamos ter caímos em qualquer fase - afirmou Diniz, que completou.

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- A vida é maravilhosa para quem não desiste, mas ela também é trágica. Hoje o momento é maravilhoso. O sabor de ganhar é muito importante e vou aproveitar ao máximo. As derrotas me machucam muito, mas tem gente que é muito cruel. Tem uma galera que é só maldade, mas tem as críticas que ajudam a melhorar. As derrotas já me machucaram muito. Eu aprendi a ser técnico como jogador de futebol. Fui um típico jogador de futebol, pobre, perdi meu pai muito cedo. A imprensa de uma forma geral, trata o jogador como objeto. Essa distorção eu ouvi a minha vida inteira. O Fábio quando chegou treinava antes com os pés, se dedicou. Então se a gente não tem apoio interno, convicção, a gente se perde. Cadê o próximo John Kennedy que precisa de ajuda? Agora todos estão celebrando.

O gol do título foi marcado pelo atacante John Kennedy, no primeiro tempo da prorrogação. Fernando Diniz profetizou que o jogador daria a vitória ao Fluminense e ressaltou a qualidade da cria de Xerém.

- Eu falei com o John Kennedy que ele tem um poder de decisão muito grande. Eu tenho como pilar central do meu trabalho olhar para o jogador de uma forma diferente. Se fosse em outro lugar ele não teria a oportunidade de fazer o gol do título - afirmou Diniz que revelou também o que falou com John Kennedy após a partida.

- Eu não lembro exatamente o que eu falei para o JK, mas eu disse para ele aproveitar o momento. Ele tem muito talento. Ele nunca foi um jogador dedicado, mas esse ano foi. Ele está muito bem treinado e está em condições de desequilibrar. Ele é especial.

A conquista da Libertadores é o primeiro grande título de Fernando Diniz. No entanto, o treinador fez questão de ressaltar que não mudou de patamar por conta disso, afirmando também que jamais se incomodou com a ausência de taças.

- As pessoas se incomodam mais do que eu. Não são os títulos que vão me fazer melhor ou pior. Trabalho muito para ser melhor. Eu não preciso de endeusamento. Eu não vou entrar em outro patamar pelo título. Eu não sou aquilo que vão falar de mim. Vou celebrar muito hoje, amanhã. Segunda-feira vou trabalhar do mesmo jeito. Espero aprender com a vitória como aprendi nas derrotas.

Mais respostas de Fernando Diniz

Forma de jogar
- O tempo que a gente tem, o time sabe como jogar, principalmente com inferioridade númerica. Tem uma proposta clara de aproximação, mas que sabe se defender. A gente soube jogar a partida, foi diferente das outras finais. O jogo foi aberto. Além da vitória do Fluminense, quem assistiu a partida gostou do que viu.

Estilo de jogo e possível duelo com Guardiola no Mundial
- Sonhar e pensar nisso sempre tive como objetivo. Sempre quis vencer, desde o Votoraty. Sempre apostei no meu estilo, de ajudar os jogadores, deles terem prazer de jogar e as pessoas de assistir. Eu acho que ao longo da vida a gente vai melhorando. Para enfrentar o City tem que passar da semifinal. Os jogos sempre são muito difíceis. Ganhar é sempre bom, mas quem perde não é fracassado e isso me irrita muito no futebol.

Ideia de jogo
- O que eu quero é que as pessoas não desistam. Toda ideia é uma ideia. A forma de jogar do Boca é ótima, do Simeone, Guardiola. As ideias são variadas. Muita gente boa no mercado, muito brasileiro. A gente tem uma mania de achar que tudo que é de fora é bom. Eu acho que a gente precisa repensar isso e identificar o que é bom antes de ganhar.

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