A crise política do Fluminense pode ganhar mais um capítulo muito em breve, e, desta vez, com consequências no departamento de futebol. Paulo Autuori, diretor de futebol do Tricolor, pode anunciar a saída do clube nesta terça-feira. A situação vinha sendo ventilada desde a despedida de Marcus Vinicius Freire, que era CEO do clube e deixou as Laranjeiras há 10 dias - foi ele quem levou Autuori para o Flu.
A saída do executivo, inclusive, deve pegar os jogadores e a comissão técnica de surpresa. A presença de Autuori era considerada fundamental para o ótimo ambiente que o Fluminense vive nesta temporada. Mesmo com uma equipe limitada, o esforço tem sido muito exaltado em alguns resultados e Paulo Autuori teria uma grande parcela. A saída, no âmbito do departamento de futebol, é má vista.
Um ponto que está pesando em tal decisão seria a questão financeira. Internamente, Autuori sempre colocou em xeque a continuidade no clube caso não houvesse condições de honrar com alguns compromissos - como o salário dos jogadores - e a situação financeira em que o Flu se encontra está longe da ideal. A questão ficou ainda mais evidente nestas últimas semanas, após o atraso na entrega do balanço financeiro anual referente a 2017.
Após a vitória sobre o Atlético-PR, no último domingo, no Maracanã, o técnico Abel Braga chegou a ser questionado sobre a possibilidade de Autuori deixar o Flu, mas afirmou que não sabia de nada, lembrou o momento conturbado pelo qual passa o bastidor do clube e demonstrou preocupação quanto ao futuro.
Abel ressaltou que chegou a pensar em colocar o treino do último sábado pela manhã nas Laranjeiras, mas preferiu tirar o elenco de tal ambiente, lembrando a saída de alguns vice-presidentes, o que foi anunciado na noite da última quinta-feira.
- Tinha o Alexandre Torres, veio o Paulo. A gente não sabe se vai sair. Se sair terá que vir outro profissional, há outros bons no mercado. Agora houve a saída de um monte de gente (VPs). Eu fico me perguntando, sinceramente, qual o nosso rumo? Não podemos responder só no campo. Tem que sentir segurança em quem comanda. Momento difícil. Pensamos treinar sábado nas Laranjeiras, mas depois da demissão em massa preferi ficar longe do buxixo. Sai do buxixo e vai para perto dos tiros - disse.
O presidente Pedro Abad, na última quinta, recebeu uma carta de renúncia ao mandato assinada por cinco vices de importantes pastas: Carlos Eduardo Cardoso, Vice-Presidente Geral do clube, Diogo Valle Bueno, Vice-Presidente de Finanças, Miguel Pachá Junior, Vice-Presidente de Interesses Legais, Idel Halfen, Vice-Presidente de Marketing, Publicidade e Relações Externas, e Sandor Leonardo de Souza Hagen, Vice-Presidente de Governança.