Especialista opina sobre Ganso, capitão no Flu: ‘Retoma a confiança’

Amanda Ciaramicoli, que é analista comportamental, afirmou que pela experiência, o meia não poderia discutir com Oswaldo: "Às vezes falta essa questão de saber que é referência

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A atuação do Fluminense diante do Grêmio foi convincente, principalmente pelo fato do time priorizar as suas antigas características. No entanto, a vitória em alguns momentos ficou em segundo plano por conta de um detalhe no braço esquerdo de Paulo Henrique Ganso: a braçadeira de capitão, herdada pelo meia por conta de Digão estar suspenso.

Capitanear o Tricolor no domingo, com menos de 72 horas após a ríspida discussão com Oswaldo de Oliveira, no gramado do Maracanã, aos olhos do mundo, foi motivo de muita polêmica, principalmente pelo fato do clube comunicar que Ganso seria multado pela atitude.

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Por conta disso, a braçadeira foi um dos assuntos mais repercutidos com os jogadores, tomando conta dos debates esportivos. Afinal de contas, a comissão técnica fez certo ao fazer de Ganso o capitão do Fluminense? Para responder essa e outras perguntas, o LANCE! conversou com a especialista Amanda Ciaramicoli, que é coach esportiva e analista comportamental.

A profissional reprovou a discussão, justamente por se tratar de um jogador experiente como o Ganso, porém ponderou que a escolha do atleta como capitão pode representar a retomada da confiança, que se faz necessária após o episódio.

- A gente aceita que no esporte alguns momentos sejam mesmo mais agressivos. Isso faz parte da rivalidade e da disputa de uma forma geral. Mas a relação do respeito com quem comanda, tem que existir. Claro que estamos falando de uma forma rasa, não sabemos os bastidores de tudo isso, mas o Ganso, por ter mais experiência e sabedoria, tinha que ter agido de uma outra forma, até pelo nome e pelo que ele representa. Mas a braçadeira e a vitória retomam a confiança, que se fazem necessária após momentos como esses.

Amanda Ciaramicoli ressaltou que o Ganso e outros atletas de renome possuem um status de referência para grande parte da população e faz um apelo para que se comportem como verdadeiros exemplos, dentro e fora de campo.

- Às vezes falta essa questão de saber que é referência, saber a responsabilidade que se tem perante a sociedade, perante aos atletas mais jovens, a torcida, de uma forma geral. Os jogadores mais experientes, de muito nome, precisam ter a consciência da responsabilidade social que possuem. Então seria muito interessante se essa geração mais experiente que ainda atua, passasse isso para os mais jovens. O quanto é importante ter essa sabedoria e equilíbrio mental dentro de campo para não ter a falsa impressão que pode fazer tudo e está tudo certo.

O próximo compromisso do Fluminense é no domingo, clássico contra o Botafogo, no Nilton Santos. A tendência é que Digão volte ao time e seja o capitão. Em entrevista ao programa Bem, Amigos, do SPORTV, o presidente Mário Bittencourt admitiu que foi pensada a possibilidade de dar a braçadeira para Muriel. No entanto, como se trata de um goleiro, jogador que por muitas vezes está longe das jogadas, Ganso foi o escolhido. 

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