O Fluminense mudou muito desde a estreia na temporada, em 4 de março, mas há um denominador em comum em todas as 24 partidas até aqui: Gabriel Teixeira. Autor do gol que deu a vitória por 1 a 0 ao Tricolor sobre o Cuiabá, neste domingo, em São Januário, o jovem vem mostrando constante evolução, subindo rapidamente de patamar no grupo. Se no início ele compunha o elenco e depois passou a ser o 12º jogador, agora é titular absoluto.
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Só Biel esteve em todos os jogos do Flu na temporada. Quando estreou com o Sub-23, jogador foi um dos que mais aproveitou a oportunidade para encantar Roger Machado. Se uma das críticas era principalmente na tomada de decisão, o garoto mostrou que vem evoluindo. Até aqui são três gols marcados e uma assistência, justamente para o ídolo Fred, em partida da Copa do Brasil.
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Formado em Xerém, Gabriel iniciou 11 dos 24 jogos disputados. Nos outros, saiu do banco de reservas em todos, somando 1251 minutos. Neste quesito, entre os jogadores de linha, está atrás apenas de Egídio, Nino, Luccas Claro, Yago Felipe e Martinelli, todos considerados titulares há mais tempo.
- Tenho dificuldade de encontrar um ponto onde tenha que evoluir, pois tem estrelinha em várias características importantes. Ele tem drible, tem força, sabe jogar no corredor de velocidade e de habilidade, não foge do confronto físico. Tem uma recomposição boa, talvez o que precise e que vai evoluir com a experiência e o desenvolvimento corporal é o cabeceio. Mas até agora o que tenho visto do Gabriel é um jogador extremamente completo em todos os sentidos. Fico muito feliz de participar do desenvolvimento de um jogador como ele - disse o técnico Roger Machado.
Nos 82 minutos que esteve em campo contra o Cuiabá, Gabriel Teixeira teve 96% de precisão em passes, uma finalização no gol, três faltas sofridas, três duelos ganhos no chão, um corte e duas interceptações. Ele ainda deu um passe decisivo e esteve presente em quase todos os setores do campo, mas especialmente do lado esquerdo e infiltrando pelo meio. Os dados são do site "SofaScore".
FLUMINENSE CRIA IDENTIDADE
Desde que estreou na temporada, em 14 de março, no clássico com o Flamengo, Roger Machado teve apenas três semanas completas de treinamento, todas no Campeonato Carioca. A primeira entre a terceira e quarta rodadas, depois entre a sétima e a oitava e a última da nona para a décima. De acordo com o calendário atual, o treinador só vai voltar a ter uma semana cheia em 26 de julho, no intervalo entre a partida contra o Palmeiras e o jogo com o Juventude em 1º de agosto.
Mesmo assim, partida a partida o treinador vai construindo o modelo de jogo do Fluminense. Com maior maturidade defensiva, chegando a três duelos sem sofrer gols, a equipe opta por abrir mão da posse de bola, mas sabe impor volume e ser eficiente. Com o forte calor na partida às 11h, que gerou críticas de Roger, o desgaste pesou e a atuação de modo geral deixou a desejar, mas as estrelas de Biel e Yago Felipe brilharam para garantir a primeira vitória no Brasileirão.
- Primeiro foi muito importante chegar no clube e pegar uma base muito bem formada do ano anterior com o Marcão e o Ailton. E começar a incluir gradativamente alguns conceitos através da metodologia de treino que gostaríamos de ver. Hoje eu consigo enxergar os conceitos principalmente em algumas fases do jogo, principalmente na de defender e atacar. Os princípios macros do jogo, quem ataca, como são as transições, encaixes para marcar, estrutura que adota, linha que vamos marcar. Isso tudo foi gradativamente. Foi pouco treino - analisou Roger após a partida.
- As correções são feitas através do feedback do visual do vídeo. Hoje mesmo a palestra foi parte da amostragem do nosso último jogo, o que fizemos de consistente. E o que precisávamos melhorar pontualmente para o jogo de hoje. Não é o ideal, mas como o grupo está assimilando o trabalho, conseguimos manter. Mas em algum momento vamos precisar de uma semana aberta. No momento é o que temos e estamos conseguindo evoluir assim - completou.