O Fluminense divulgou, na noite desta terça-feira, uma nota oficial sobre o atraso na publicação do balanço financeiro referente a 2017. No documento, assinado pelo presidente Pedro Abad e pelo vice de finanças Diogo Bueno, há a afirmação de que os números referentes ao ano passado estão, há meses sendo analisado pelos departamentos responsáveis e por uma auditoria independente.
Além disso, o Tricolor se justifica afirmando que o não cumprimento do prazo determinado pelo Estatuto do Torcedor se deu por conta de uma nova revisão de valores referentes às contas de 2016.
“O objetivo da direção e dos poderes do clube é e sempre será apresentar o quadro mais fidedigno da realidade do clube”, diz trecho da nota.
O clube garantiu que tem prestado todos os tipos de esclarecimentos à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Apfut (autoridade pública de governança do futebol).
O prazo para a entrega do balanço financeiro era até o fim de abril, mas o Fluminense publicou tais documentos apenas nas primeiras horas de maio e, mesmo assim, de forma incompleta (com apenas duas páginas e fora dos padrões que o próprio clube já havia adotado em anos anteriores).
Houve ainda a ausência de um parecer de uma empresa independente atestando os números apresentados, o que é obrigatório por lei, e da assinatura do presidente Pedro Abad e de Diogo Bueno, vice-presidente de finanças.
Não ter cumprido tais prazos pode ter consequências para o Fluminense e punições para Pedro Abad. Segundo a lei federal 9.615, a "Lei Pelé", entidades que não respeitarem tais determinações, podem sofrer “afastamento dos dirigentes”.
Uma das consequências desse caso pode ser, até mesmo, a retirada do Fluminense do Profut, programa de parcelamento das dívidas dos clubes com a União.
Veja a nota na íntegra
"O Fluminense Football Club informa que os números que integram as demonstrações financeiras do exercício 2017 estão há meses em processo de análise por parte dos departamentos responsáveis do clube e da auditoria independente.
O atraso na divulgação do pacote completo de documentos se justifica em razão de uma nova revisão de saldos contábeis das contas de 2016, de forma a observar os itens 41 e 42 do pronunciamento CPC 23.
O objetivo da direção e dos poderes do clube é e sempre será apresentar o quadro mais fidedigno da realidade do clube.
Como demonstração de boa fé para o cumprimento de suas obrigações, o clube tem prestado todos os tipos de esclarecimentos para a APFUT e para a CBF.
Nesse contexto, a postura adotada tem sido a de priorizar a qualidade das informações, enquanto princípio de governança corporativa e de atenção ao postulado da substância sobre a forma reforçado pelo Código Civil às associações civis. E, assim, alcançar o objetivo primordial, qual seja o de transparência das informações, em benefício não somente dos órgãos de controle, mas também em respeito aos órgãos estatutários, associados e torcedores do FFC".