A contratação de Paulo Henrique Ganso pelo Fluminense, em fevereiro do ano passado, gerou grande entusiasmo na torcida tricolor. Passado pouco mais de um ano da chegada do camisa 10 com grande festa no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ele ainda não conseguiu se tornar unanimidade no clube. Depois de um 2019 de altos e baixos dentro e fora de campo, o meia de 30 anos buscava recuperar o protagonismo no elenco, quando o futebol precisou ser paralisado em razão da pandemia do COVID-19.
Em 2020, Ganso não teve chance de iniciar uma partida. No total atuou em oito jogos, nenhum deles iniciando como titular. Ao todo foram 158 minutos em campo. O pouco tempo em ação se explica, em parte, pelo reforço no condicionamento físico pela qual o atleta passou no início da temporada. Outro motivo pode ser o receio do técnico Odair Hellmann de perder poder de marcação no meio-campo.
Se conseguir recuperar o futebol em alto nível que o tornou conhecido internacionalmente, o camisa 10 pode solucionar uma das dificuldades recorrentes da equipe: os problemas na criação. Conhecido pela qualidade no passe, Ganso pode melhorar a saída de bola do time.
No entendimento da comissão técnica tricolor, Ganso é indispensável para a equipe no planejamento de longo prazo da temporada. Justamente quando o meia recuperava a melhor forma física e buscava ganhar ritmo de jogo, as competições foram suspensas em razão da pandemia do coronavírus e o Tricolor deu 20 dias de férias coletivas para os atletas.
Titular absoluto em 2019, Ganso tem a concorrência de Nenê como maestro da equipe e referência para os mais jovens. Aos 38 anos, o camisa 77 fez um dos melhores inícios de temporada na carreira e assumiu o posto de protagonista do elenco. O camisa 10, por outro lado, ainda conta com a preferência de grande parte da torcida tricolor, que mantém as esperanças de vê-lo despontar em campo.
Altos e baixos em 2019
Contratado em fevereiro, Ganso teve uma recepção de astro na chegada ao Rio de Janeiro, com festa de mais de 150 pessoas que lotaram o saguão do Aeroporto Santos Dumont. A estreia foi na partida em que o Tricolor venceu o Bangu por 2 a 0, no Maracanã, pela Taça Rio.
O camisa 10 rapidamente se tornou um dos homens de confiança de Diniz, que prezava pela valorização da posse de bola. Tornou-se o grande articulador de jogadas da equipe.
A saída do treinador para a entrada e Oswaldo de Oliveira, no entanto, deu início a um período de convivência turbulenta entre Ganso e o novo comandante. Em partida contra o Santos, pelo 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, o jogador chamou o treinador de "burro" e em resposta, foi chamado de "vagabundo" por Oswaldo. O episódio resultou na demissão do técnico. Com Marcão no comando, os ânimos se acalmaram internamente e Ganso passou a jogar mais avançado, em um esquema com três volantes.
As lesões musculares também atrapalharam o meia, que esteve ausente no começo e no final do Brasileirão. Ganso ficou fora das últimas três partidas da temporada, mas viu o Flu garantir a permanência na Série A. Terminou o ano com 47 jogos e cinco gols. Para tentar solucionar o problema, o meia fez uma pré-temporada mais longa que os companheiros este ano, com um trabalho específico de reequilíbrio muscular.