Bicampeão brasileiro com o Fluminense, Gum comparou o trabalho desenvolvido por Fernando Diniz no Tricolor com o de Pep Guardiola no Barcelona. Em entrevista exclusiva ao Lance!, o ex-jogador relacionou a queda de desempenho do Time de Guerreiros com o fato dos adversários estudarem mais o atual campeão da Libertadores.
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No comando dos culés, o comandante espanhol conquistou cinco vitórias diante do Real Madrid em seus cinco primeiros clássicos como treinador. Apenas em 2011, os merengues conseguiram "parar" o clube da catalunha com um empate por 1 a 1, pelo Campeonato Espanhol.
- Depois de um belo trabalho, com um futebol vistoso, dinâmico, se impondo na maneira de jogar, houve alguns fatores para o rendimento não continuar. Houve a "respirada" do treinador, dos jogadores. Quando você conquista um título, já é algo muito grandioso. Mas a Libertadores para o Fluminense era um desejo máximo. Foi colocado um peso muito grande, uma carga muito grande para que essa competição fosse vencida. Todos os clubes que enfrentavam o Fluminense, que era o campeão da América, colocaram um algo a mais. E o terceiro (fator) é que todos os clubes aprenderam a jogar contra o Fluminense, contra o sistema do Diniz. Antes era algo novo. O Barcelona, do Pep Guardiola, ganhava com uma facilidade das outras equipes. Até o clássico com o Real Madrid de Cristiano Ronaldo. Parecia uma covardia. Depois de muitos clássicos vencidos pelo Barcelona, o Real Madrid começou a se impor sobre o Barcelona.
Por conta desses fatores, Gum classifica a mudança no comando técnico do Fluminense como chave para a campanha de recuperação do Tricolor no Brasileirão. Com Mano Menezes, o Time de Guerreiros somou 31 dos 37 pontos conquistados na competição e conseguiu deixar a zona de rebaixamento.
Desde a chegada do técnico atual, o clube carioca possui uma das melhores defesas do Campeonato Brasileiro. Com o gaúcho, o Fluminense sofreu apenas 15 gols e só fica atrás do Botafogo como a defesa menos vazada desde a 14ª rodada. O ídolo ressaltou a importância da solidez do sistema, como vivenciou com Muricy Ramalho, em 2010, e Abel Braga, em 2012.
- A troca de treinador foi muito importante para o Fluminense. Veio algo novo, uma nova maneira de jogar e tudo começou a dar certo. Além da chegada do Thiago Silva, que deu muito certo. O Fluminense emplacou uma sequência de vitórias, que o livrou da zona de rebaixamento. Tudo isso foi muito positivo. Trabalhei com Abel Braga, Muricy Ramalho, que sabiam muito bem montar defesas, times sólidos. Eles brincavam que ataque ganha jogos, mas defesa ganha campeonatos. Isso é verdade, porque quando a defesa está bem, o time fica mais equilibrado, ajustado. Quando você tem um time que faz muitos gols, mas sofre muitos gols, é um time desequilibrado, que gera desconfiança. Isso é prejudicial para o grupo, para a torcida. Abel e Muricy fizeram belas defesas e deram resultados com títulos. O torcedor gosta de ver gol, mas do seu time, não do adversário.
Importância de Thiago Silva no Fluminense
Gum também destacou a importância de Thiago Silva na recuperação do Fluminense na classificação do Brasileirão. O jogador assumiu a braçadeira de capitão do Tricolor e tem sido peça fundamental dentro de campo, mas também fora das quatro linhas.
- A importância do Thiago Silva é muito grandiosa. Não tive o prazer de jogar com ele, mas encontrei com ele algumas vezes quando veio para o Brasil em jogos que assistiu no Maracanã. O Fluminense precisava muito de um algo novo. Nisso, ocorreu a saída do Diniz, o Mano estreou e logo depois o Thiago Silva estreou. O Fluminense teve uma sequência de vitórias, uma sequência sem sofrer gols. Veio para o Brasil com 39 anos, tem uma carreira linda, escolheu vir para o Fluminense. Tudo isso é um peso muito grande. Era um jogador que não precisava se colocar nessa situação, mas o que ele fala no vestiário, as pessoas ouvem. E que bom que o Thiago chegou nesse momento para ajudar o clube.
Na sexta-feira (22), o Fluminense recebe o Fortaleza, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Maracanã. O ídolo do clube classifica o confronto como chave para as pretensões do Tricolor na competição, mas também para 2025, onde o clube tem no calendário a disputa do Super Mundial de Clubes.