Implementar o trabalho e ganhar o elenco: os desafios de Oswaldo no Flu

Treinador vai ser apresentado nesta segunda-feira, mas o trabalho já começou. Objetivo é superar internamente o antecessor, que conta com muito carinho por parte dos jogadores

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Nesta segunda-feira, o técnico Oswaldo de Oliveira vai ser apresentado oficialmente como novo comandante do Fluminense. Em tese, a data marca o início da sua terceira passagem pelo Tricolor. No entanto, um dia após o anúncio da sua contratação, na terça-feira passada, o experiente treinador já tinha dado expediente no CT Pedro Antônio.

Na sequência, ele viajou para São Paulo, onde acompanhou do estádio o empate contra o Corinthians, no primeiro jogo das quartas de final da Copa Sul-Americana, pedindo a palavra antes da partida.

- Nosso time é bom para c... Não tem moleza - e depois.

- O jogo não vai começar na quinta. Vai começar agora. Nosso corpo é nossa ferramenta de trabalho. Vamos precisar de toda força, toda energia, para conseguir ganhar e classificar. Fizemos um p... de um jogo. Conseguimos neutralizar os caras. Parabéns - disse Oswaldo após o empate com o Corinthians.

A prioridade de Oswaldo de Oliveira é se adaptar e se aproximar do elenco o mais rápido possível, visando ganhar a confiança do grupo, que no primeiro momento, é o maior desafio do treinador. Os jogadores sempre se mostraram muito fechados, tanto com o técnico Fernando Diniz, quanto com o estilo de jogo implementado pelo antigo comandante. O volante Allan, um dos líderes do elenco, deixou claro que por ele, as características do time não serão modificadas.

- Jogar todo time quer, mas é difícil fazer isso. A segunda parte é marcar. Então acho que a gente não vá fugir das características que o Fernando deixou. É só ajustar mesmo algumas coisas na defesa. É esse o jeito que vamos seguir daqui para a frente.

TABELA
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O lateral-direito Igor Julião, que evoluiu muito sob o comando de Fernando Diniz, reforçou as palavras do companheiro de equipe, afirmando que o Fluminense vai manter o padrão de jogo, com muita posse de bola e pressionando o adversário.

- São coisas que estão no nosso subconsciente, coisas que o Oswaldo não pediu mas a gente acaba fazendo, de tanto ter treinado com o Diniz e ele não quer que desapegue não. A gente vai continuar, porque a posse de bola é uma coisa positiva do nosso time, que é dominar o adversário. Mas o jeito (Oswaldo) dele vai agregar ao nosso estilo.

As declarações dos jogadores deixam claro que Oswaldo de Oliveira vai precisar de tempo e muita paciência para implementar a própria filosofia de jogo. Ao contar o treino desta segunda-feira, o treinador terá mais três dias para preparar o time e montar a estratégia, visando a decisão contra o Corinthians, na quinta-feira, no Maracanã, valendo vaga na semifinal da Copa Sul-Americana. Até lá, a tendência é que o sistema defensivo seja priorizado, sem grandes mudanças na forma de jogar do Tricolor.

Aspecto humano

Além da questão tática, Fernando Diniz era muito querido pelo elenco, possuindo com alguns jogadores uma grande relação de amizade. Muitos atletas afirmaram que recuperaram a alegria de jogar futebol ao ser comandado pelo ex-treinador. O atacante Marcos Paulo foi um dos que mais sentiram a saída de Diniz. Cria de Xerém, o jogador foi lançado pelo treinador no time profissional e não escondeu o descontentamento pela demissão do antigo professor.

- Vai fazer muita falta. Ele me subiu, me lançou e cuidou bastante de mim, com broncas e conselhos. Era um paizão mesmo, que ajudou na evolução de cada jogador aqui, desde os mais velhos, aos mais novos também. A gente vai continuar trabalhando, não tem jeito. O futebol é isso, os resultados não vieram. Torço muito por ele e sei que vai ter muito sucesso. Onde ele estiver, vai ajudar muito na evolução dos jogadores, porque ele cuida bastante da gente. Vamos continuar trabalhando porque não tem jeito. Vamos focar com o novo treinador, com o professor Oswaldo, que vai nos ajudar bastante.

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