No próximo sábado, dia 11 de maio, o Estádio das Laranjeiras, um dos maiores orgulhos da torcida tricolor, completa 100 anos. Por conta de sua relevância para o futebol brasileiro, o LANCE! inicia nesta segunda-feira a série "Laranjeiras 100 anos", reunindo diversas histórias, fatos e curiosidades, que vão servir para homenagear e reconhecer toda a importância do estádio para o esporte e também para a sociedade.
Nessa primeira reportagem, vamos fazer uma viagem ao passado, mas precisamente ao ano de 1942, quando Laranjeiras e o Fluminjense contribuíram na luta contra o nazismo. Ao se unir aos Aliados, o Brasil se deu conta de que não possuía meios próprios de participar da Segunda Guerra Mundial. A solução do governo brasileiro foi lançar a Campanha Nacional de Aviação (CNA), com o objetivo de angariar doações.
Paralelamente a isso, o Fluminense buscava o tricampeonato carioca. No entanto, devido a mobilização para o Brasil ir à guerra, acabou deixando o futebol de lado, focando apenas em ajudar o país. O então presidente Marcos Carneiro de Mendonça, ex-atleta do clube e primeiro goleiro da Seleção Brasileira, liderou uma campanha junto aos sócios e conseguiu arrecadar 155 mil cruzeiros. O dinheiro foi usado para a compra de um monomotor, modelo Fairchild PT-19, doado para a Força Expedicionária Brasileira.
A entrega da aeronave, batizada de Coelho Netto, em homenagem póstuma ao escritor, patrono e sócio do clube, foi feita nas Laranjeiras, em uma cerimônia realizada no dia 11 de outubro, antes de um Fla x Flu pelo Campeonato Carioca. O jogo terminou empatado em 1 a 1.
Além de doar o avião, o Fluminense disponibilizou nas Laranjeiras um curso de enfermagem, capacitando 85 profissionais que foram lutar na Itália. O estande de tiro do estádio também foi utilizado para treinamentos dos militares que foram para o combate.
Por conta da luta do Fluminense contra o nazismo, a comunidade judaica promoveu no dia 13 de dezembro de 2015, uma homenagem ao clube. Na cerimônia, realizada nas Laranjeiras, foi inaugurada uma placa em reconhecimento ao apoio do Fluminense no combate ao nazismo, além do acendimento das oito velas da chanukiah.